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Ibovespa em queda e crise política no Brasil: onde investir?

O Ibovespa fechou a semana com uma queda acumulada de 7,2%. Veja a recomendação dos analistas

Ibovespa em queda e crise política no Brasil: onde investir?
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • Segundo analistas, o momento é ter cautela e investir em setores que mais resilientes às volatilidades do mercado brasileiro
  • A queda do índice gerou um prejuízo de R$ 284 bilhões em valor de mercado das empresas listadas na B3 em apenas três dias, de acordo com levantamento da Economatica

A semana não foi favorável para os investimentos. Com a tentativa do governo de “furar” o teto de gastos para financiar o programa Auxílio Brasil, o mercado reagiu e o resultado foi uma queda expressiva da Bolsa, que acumulou uma baixa de 7,2% nesta semana.

A queda do índice gerou um prejuízo de R$ 284 bilhões em valor de mercado das empresas listadas na B3 em apenas três dias, de acordo com levantamento da Economatica. Mas o que resta ao investidor brasileiro em épocas de crise? Segundo analistas, o momento é de cautela e de investir em setores mais resilientes às volatilidades do mercado brasileiro.

“As empresas ficaram muito baratas, né?! Mas não podemos cometer o erro de tentar comprar logo porque não vai ser em um ou dois dias que elas (as empresas) vão retomar o crescimento. É preciso deixar o mercado decidir o que vai acontecer”, recomenda Rafael Bombini, especialista em renda variável da EWZ Capital.

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A mesma orientação é de Mário Goulart, analista da O2 Research. “Não sabemos se haverá problemas mais graves pela frente. As “molecagens” com o teto fiscal podem piorar o que já não anda bom”, alerta. No entanto, caso o investidor tenha recursos para investir neste momento de crise, a orientação de Goulart é realizar pequenas aplicações para reduzir o risco de perdas. “O ambiente está mais para cair do que para subir. Se o investidor tem uma grana livre para comprar ações, em vez de comprar tudo agora, separe um quarto ou um terço para aportes”, recomenda.

Já João Abdouni, especialista em investimentos da Inversa Publicações, alerta para o fator eleitoral. Ele reforça que o investidor deve colocar na sua conta os riscos políticos e ficar atento aos setores considerados mais resilientes. “O setor financeiro tradicional deve seguir bastante sólido. Nesse sentido temos a preferência pelo Bradesco e Porto Seguro”, afirma.

O segmento de energia elétrica também é apontado pelos analistas. “Consideramos como a melhor empresa de geração de energia a Engie, que tem novos projetos em andamento e uma alta rentabilidade”, diz Abdouni.

A recomendação faz sentido. Algumas empresas deste segmento mostraram que são resistentes às turbulências do mercado. De acordo com o levantamento da Economatica, seis companhias energéticas registraram, juntas, um ganho de quase R$ 300 milhões em valor de mercado em três dias da última semana, mesmo período em que a maioria das empresas amargou prejuízos significativos.

Além dessas opções, Matheus Messias, analista da Inside Research, recomenda a compra das ações da Cyrela (CYRE3), uma das principais companhias da construção civil listada na B3. De acordo com o especialista, o preço das ações se encontra em um patamar muito atrativo. “Mesmo quando analisamos a companhia projetando um cenário desafiador, enxergamos que suas vantagens competitivas a tornam uma companhia resiliente”, afirma.

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