De fevereiro para março, o valor total do investimento de pessoas físicas na Bolsa brasileira aumentou 4,7%. Em análise, a XP indica que o crescimento pode ter como causa o momento favorável do Ibovespa, cuja alta chegou a 6,1% no mês passado.
“O crescimento pode ter ocorrido pelo aumento da exposição de pessoas físicas a ativos do setor de commodities, que vive um bom momento de aumento de preço global, ou até alocação nas ações de valor, devido à rotação do mercado diante de cenário de aumento de juros e políticas monetárias globais mais contracionistas”, aponta relatório assinado por Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig.
A aumento de investidores estrangeiros também é ressaltado e explica-se pela tensão geopolítica ligadas à invasão russa na Ucrânia, que elevou os preços das commodities.
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O saldo por investidor teve aumento de 4,6%, alcançando R$ 103,4 mil por indivíduo. Desde o pico, em 2017, quando foi de R$ 267,7 mil, houve uma queda de 61,4%. “De forma geral, essa redução no saldo por pessoa ao longo dos últimos anos indica uma crescente presença de pequenos investidores que estão iniciando seus investimentos em ações, o que vemos como um bom sinal”, escreveram os analistas.
A XP destaca que o público mais jovem tem se interessado em investir. Segundo a casa, a maioria dos investidores da Bolsa encontra-se na faixa dos 26 a 35 anos de idade, com 1,681 milhão de contas ativas em março, representando 33,4% do total. O valor investido, contudo, aumenta à medida que a idade avança. Isso pode estar relacionado ao aumento da renda e ao acúmulo de patrimônio, explica o relatório.
O número de mulheres investidoras na B3 alcançou 1,192 milhão em março, o que corresponde a 23,7% ao total de pessoas físicas. “Apesar de uma representatividade ainda pequena, o número de mulheres vem crescendo em ritmo acelerado, com alta de 40,8% desde 2020″, informa a XP. Em março, em comparação a fevereiro, o número de mulheres cresceu 0,8% e o de homens, 1%.