- Na Bolsa, as ações preferenciais do antigo Banespa eram negociadas desde 1999 sob o código SANB4, enquanto as ordinárias vieram em 2003, já depois da privatização, com o ticker SANB3;
- A liquidez desses ativos, entretanto, não era muito alta. A virada veio a partir de um acontecimento importante, que marca a entrada simbólica do banco espanhol na Bovespa (atual B3): a emissão das units SANB11, em 07 de outubro de 2009.
Você se lembra do Banespa? O famoso Banco do Estado de São Paulo cujo nome popularizou o edifício Altino Arantes, antigamente conhecido como ‘Banespão’? Hoje, o banco é apenas memória distante na cabeça dos brasileiros e também na Bolsa de Valores. Em 20 de novembro de 2000, o banco espanhol Santander comprou a instituição financeira estatal por R$ 7,05 bilhões, na privatização mais cara da história até então.
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Com isso, o Banespa mudou de nome para Santander e o Banespão virou ‘Farol Santander’, mas as mudanças não pararam nas nomenclaturas. Na Bolsa, as ações preferenciais da ex-estatal eram negociadas desde 1999 sob o código SANB4, enquanto as ordinárias vieram em 2003, já depois da privatização, com o ticker SANB3. A liquidez desses ativos, entretanto, não era muito alta. A virada veio a partir de um acontecimento importante, que marca a entrada simbólica do banco espanhol na Bovespa (atual B3): a emissão das units SANB11, em 07 de outubro de 2009.
Uma unit é um ‘pacote’ com ações ordinárias e preferenciais de determinada instituição. No caso do Santander, a SANB11 era composto por 55 ações ON e 50 ações PN. Na primeira emissão, do hoje ativo mais negociado da instituição, o Santander levantou R$ 14,1 bilhões. Apesar de não ser, de fato, uma abertura de capital, a oferta foi ventilada na época como um IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) – e o maior da história da Bovespa até aquele momento.
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“Sempre quando há um aumento de capital, as organizações tratam como IPO também, mas na verdade não é”, explica José Cataldo, head de research da Ágora Investimentos. O especialista, que já atuava no mercado financeiro naquela época, chegou a fazer a avaliações do Banespa pós-privatização para os investidores. “Eu lembro que o Santander fez uma oferta pelo Banespa muito mais alta que os demais.”
Para efeito de comparação, antes da emissão das units do Santander, o recorde de captação da Bovespa em um IPO era da VisaNet (atual Cielo), que levantou R$ 8,4 bilhões. A captação do banco também superava, em dólares, a maior abertura de capital de 2009, feita pela empresa China State Construction Engineering. Enquanto a oferta de units do banco equivalia a US$ 8,06 bilhões, a companhia global de construção tinha conseguido levantar US$ US$ 7,3 bilhões em julho daquele ano, conforme divulgado na imprensa.
Portanto, a história do ‘IPO do Santander’, pedida pelos seguidores do E-Investidor no Twitter, na verdade é a história da emissão das units SANB11, precificadas em cerca de R$ 12 na época. Até o fechamento da última segunda-feira (07), o mesmo ativo estava cotado a R$ 42,97 – uma valorização é de 276,94%, segundo dados da Economatica. O SANB4 também tem um retorno expressivo desde a emissão das units, de 322,63%.
#VemPensar | Esses IPOs marcaram a história do Brasil: Sobre qual você gostaria de saber mais?
— E-Investidor (@EInvestidor) November 27, 2020
Maior retorno entre grandes bancos
De acordo com dados da Economatica, desde a data representativa de 07 de outubro de 2009, os ativos do Santander (SANB4 e SANB11) foram os que mais deram retorno entre as grandes instituições financeiras. O papel ITUB3, do banco Itaú, por exemplo, valorizou 269,27% nesses 11 anos.
Veja o ranking:
BANCO | CÓDIGO | DATA DO INÍCIO DA SÉRIE | RETORNO (07/10/2009 a 07/12/2020) |
Santander
|
SANB4 | 20/04/1999 | 322,63% |
SANB11 | 07/10/2009 | 276,94% | |
Itau Unibanco | ITUB3 | 02/01/1986 | 269,27% |
Bradesco
|
BBDC3 | 02/01/1986 | 249,48% |
BBDC4 | 02/01/1986 | 225,81% | |
Santander | SANB3 | 03/04/2007 | 225,05% |
Itau Unibanco | ITUB4 | 02/01/1986 | 211,43% |
Banco do Brasil | BBAS3 | 02/01/1986 | 144,07% |
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