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Itaú BBA rebaixa MRV (MRVE3) para ‘marketperform’ e corta preço-alvo

Na visão dos analistas, a incorporadora mostrou uma recuperação operacional abaixo do esperado

Itaú BBA rebaixa MRV (MRVE3) para ‘marketperform’ e corta preço-alvo
Foto: Hélvio Romero/Estadão
  • Itaú BBA rebaixou a classificação das ações da MRV (MRVE3) de "outperform" para "marketperform"
  • A instituição financeira também cortou o preço-alvo da ação de R$ 15 para R$ 12
  • Para analistas, a incorporadora mostrou uma recuperação operacional abaixo do esperado

O Itaú BBA rebaixou a classificação das ações da MRV (MRVE3) de “outperform” (perspectiva de desempenho acima da média do mercado) para “marketperform” (em linha com o mercado) e cortou o preço-alvo da ação de R$ 15 para R$ 12.

O relatório do banco foi distribuído hoje e assinado pelos analistas Daniel Gasparete, André Dibe e Alejandro Fuchs.

O corte na classificação das ações da MRV pelo Itaú BBA veio três meses depois de os analistas subirem a régua para “outperform”.

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Na visão dos analistas, a incorporadora mostrou uma recuperação operacional abaixo do esperado mesmo após os ajustes implementados no Casa Verde e Amarela (CVA). O Itaú BBA reafirmou que enxerga um mercado mais favorável para as companhias do segmento econômico, já que a demanda é alta, os preços dos imóveis estão subindo e os custos estão caindo.

No entanto, os lançamentos e vendas em queda da MRV sinalizaram para os analistas que os concorrentes estão aproveitando melhor o momento. Em termos de comparação, a velocidade de vendas da MRV caiu para 12% no trimestre (recorde de baixa), enquanto a Cury e a Direcional mostraram 39% e 18%, respectivamente, resultados estáveis e próximos dos recordes de alta.

“Não vemos motivos para ser otimistas com a MRV no momento, pois existem alternativas atraentes e mais bem posicionadas para surfar o cenário positivo do segmento de baixa renda”, descreveram os analistas, citando Cury, Direcional e Plano & Plano.

Outro ponto importante: o time do Itaú BBA destacou os riscos envolvidos com a Resia – braço do grupo nos Estados Unidos – que foi responsável por uma queima de caixa recorde no trimestre.

“Todas as unidades de negócios da MRV&Co consumiram mais caixa do que nos trimestres anteriores, mas a Resia bateu em R$ 969 milhões (do total de R$ 1,2 bilhão) devido à ausência de vendas de projetos no terceiro trimestre”, frisaram os analistas. “Acreditamos que a falta de clareza na geração de caixa nos próximos trimestres, principalmente nos EUA, pode afastar os investidores da ação por enquanto”.

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Além disso, acrescentaram que não há razão para ter pressa para uma visão mais positiva sobre o mercado imobiliário dos EUA – o último CPI indica que ainda pode haver mais risco de queda nas taxas do que o oposto, citaram.

Apesar disso, ponderaram que não há motivos para um alarme. Os analistas citaram que os covenants não incorporam o project finance, e lembraram que o grupo tem ativos bons e líquidos, que poderiam ser monetizado, se necessário (recebíveis, estoque, unidades Resia e Luggo).

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