As ações do Magazine Luiza (MGLU3) podem disparar 215,9%, segundo cálculos das analistas do BB Investimentos. De acordo com relatório assinado por Georgia Jorge e Andréa Aznar, o papel da varejista tende a terminar 2024 cotado a R$ 36,80. A cifra equivale à alta de 215,9% na comparação com o fechamento de terça-feira (04), quando o papel do Magazine Luiza encerrou o pregão cotado a R$ 11,65.
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No relatório, as analistas revelam suas recomendações para todas as empresas do varejo. O Magazine Luiza é a única que tem recomendação de compra. Essa distinção ocorre pelo fato de a varejista ter apresentado um crescimento nas margens e um aumento na posição de caixa no primeiro trimestre de 2024.
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Entre janeiro e março deste ano, o Magazine Luiza registrou um lucro líquido de R$ 27,9 milhões. O resultado reverteu o prejuízo líquido de R$ 391 milhões registrado no primeiro trimestre de 2023. Para o BB Investimentos, o grande destaque foi o crescimento de 2,6 pontos percentuais da margem bruta.
O indicador, que mede a rentabilidade da empresa, passou de 27,3% no primeiro trimestre de 2023 para 29,9% em igual período de 2024. “Em nossa opinião, entendemos que a companhia tem apresentado bons números e uma estratégia consistente com foco no aumento de lucratividade e margens, não apenas de vendas”, dizem Georgia Jorge e Andréa Aznar, que assinam o relatório do BB Investimentos.
Questões macroeconômicas podem auxiliar o Magazine Luiza
A dupla de analistas reconhece que a abertura da curva de juros nos últimos meses tem sido um grande problema para o Magazine Luiza. No começo do ano, o mercado precificava que a taxa básica de juros da economia, a Selic, encerraria 2024 em 9% ao ano. No entanto, as estimativas do mercado mudaram devido às prorrogações do corte de juros dos EUA.
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Em janeiro, o mercado esperava que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), começasse a reduzir juros em março. Agora, a estimativa é que o Fed deve reduzir juros no quarto trimestre deste ano. Por causa disso, o Banco Central do Brasil acaba sendo forçado a manter os juros elevados por um tempo maior. Isso porque, se a diferença entre o juro brasileiro e o juro americano diminuir, o investidor tende a sair do Brasil e ir para os EUA, reduzindo a oferta de dólar no Brasil e elevando o preço da moeda estadunidense no mercado brasileiro.
A alta do dólar por si só causa uma retomada da inflação e, para evitar esse resultado, o Banco Central do Brasil tende a reduzir os cortes da Selic. O mais recente Boletim Focus estima que a Selic deve encerrar 2024 em 10,25% ao ano, 1,25 ponto porcentual acima do esperado no começo do ano.
A equipe do BB Investimentos reconhece que as questões de juros pesam sobre a ação, tanto que o papel do Magazine Luiza recua 45,7% no acumulado de 2024. Ainda assim, Georgia Jorge e Andréa Aznar enxergam dados positivos na economia brasileira, como as vendas no varejo, que tiveram um reaquecimento nos últimos 12 meses até abril. Os dados apontam para uma aceleração de 2,5% no período.
As especialistas também destacam outros dados positivos, como o recuo da inadimplência das famílias, que foi de 6% para 5,5% entre abril de 2023 e abril de 2024. Além disso, o desemprego também caiu de 8,5% em abril do ano passado para 7,5% em abril de 2024.
“Já a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 313,1 bilhões, 1,1% superior ante o trimestre imediatamente anterior e 8,9% superior na comparação anual, outro fator que melhora o cenário macroeconômico, o que é fundamental para as empresas do varejo”, apontam as analistas.
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Sendo assim, o Magazine Luiza é a única empresa do relatório que recebe recomendação de compra, justamente pelo fato de ter melhorado a sua rentabilidade e forma de receita. As analistas têm recomendação neutra para os papéis de Grupo Mateus (GMAT3), Natura (NTCO3), Hypera (HYPE3), Lojas Renner (LREN3), Pague Menos (PGMN3) e Raia Drogasil (RADL3). Já para o Grupo Casas Bahia (BHIA3), a recomendação é de venda.