O Federal Reserve (Fed) manteve as taxas de juros americanas na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 15% ao ano, o maior nível nominal desde julho de 2006. Em seu comunicado, o Copom antecipou uma pausa no ciclo de alta de juros no Brasil, caso o cenário esperado se confirme, mas ressaltou ser necessário manter uma postura contracionista por período ‘bastante prolongado’ para levar a inflação à meta.
Em junho, investidores também monitoraram as alterações nas regras do IOF. No início do mês, o governo federal recalibrou as alíquotas do imposto em um novo decreto, após apresentar uma Medida Provisória (MP) alternativa para compensar a perda de arrecadação com o tributo. Na área de investimentos, a proposta é cobrar uma alíquota de 5% para o Imposto de Renda (IR) para as novas emissões de títulos que hoje são isentos, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
Em relação às aplicações que seguem atualmente a tabela regressiva do IR, a ideia é estabelecer uma alíquota única de 17,5%, independentemente do tempo de investimento. Essa MP, no entanto, ainda precisa ser analisada na Câmara dos Deputados e no Senado.
Dias depois do anúncio do governo sobre as novas mudanças no IOF, o Congresso Nacional derrubou todos os decretos deste ano relacionados ao tema. Com isso, desde a última sexta-feira (27), passaram a valer as alíquotas anteriores, mais baixas, do imposto. Explicamos aqui tudo o que mudou.
No exterior, o destaque do mês foi o acordo entre Estados Unidos e China, que levou S&P 500 e Nasdaq a bater recordes de fechamento. A negociação inclui um acordo para que o país asiático acelere as exportações de minerais essenciais para os EUA e para que Washington suspenda os recentes controles de exportação sobre Pequim.
O que esperar do Ibovespa agora?
Para a segunda metade do ano, a Ágora Investimentos entende fazer sentido manter ou aumentar a exposição à parcela de renda variável nos portfólios. A corretora enxerga dois catalisadores ainda subprecificados na Bolsa de Valores local: uma flexibilização monetária e o próximo ciclo eleitoral.
Com relação aos juros, apesar de sinalizar um período prolongado de Selic elevada, o Copom não parece disposto, na visão da casa, a aumentar ainda mais o nível de restrição monetária na economia brasileira. “Portanto, quando ocorrer, o próximo movimento seria de queda nos juros. É factível imaginar que, embora elevado, o juro médio em 2026 será inferior ao juro médio deste ano”, diz a Ágora em relatório.
Já em termos eleitorais, embora ainda muito distante de qualquer definição, a corretora entende que, antes de 2026 chegar, os investidores passam a acompanhar com maior proximidade as notícias e a antever possíveis alternâncias em políticas econômicas, o que pode ser positivo para a Bolsa, a depender da interpretação do mercado sobre os cenários possíveis.
As melhores ações para investir em julho
O E-Investidor consultou as carteiras recomendadas de ações de nove bancos e corretoras para julho. O papel da Copel (CPLE6) foi o mais citado pelas casas, com cinco menções. Itaú (ITUB4) e Prio (PRIO3) completaram o ranking, com quatro indicações cada.
Para Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, a Copel continua descontada na Bolsa de Valores brasileira. “Enquanto isso, as expectativas seguem positivas para a empresa, que deve entregar bons resultados no segundo trimestre de 2025”, diz.
A Ágora concorda que os fundamentos da companhia ainda não parecem totalmente precificados e mantém a empresa como uma das suas principais recomendações no setor elétrico. A casa relembra que, em maio, a Copel anunciou sua nova política de estrutura de capital, estabelecendo uma meta para a relação dívida líquida/EBITDA (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) de 2,8 vezes.
“Com base nessa nova política, estimamos que a Copel poderia pagar um dividend yield (rendimento de dividendos) de aproximadamente 12% ao ano em 2025, 2026 e 2027. Isso a tornaria a ação com maior pagamento de dividendos em nossa cobertura”, destaca.
Em relação ao Itaú, a corretora entende que os últimos resultados foram positivos, com destaque para a forte expansão da margem com clientes. Além disso, a percepção é de que as despesas com provisões (dinheiro reservado para cobrir os calotes dos clientes) e os empréstimos inadimplentes seguem controlados, enquanto as despesas operacionais ficaram dentro das expectativas, o que reforça a confiança na tese de ITUB4 para a segunda metade do ano.
Já a Prio está bem-posicionada, na visão do BTG Pactual, para apresentar uma evolução positiva na dinâmica de lucros, apesar de um ambiente de queda no preço do petróleo. Apesar da alavancagem relativamente alta após processo de M&A (fusão e aquisição), o banco estima que a dívida líquida/EBITDA da empresa fique abaixo de 1 vez até 2026, mesmo com as premissas conservadoras do petróleo de tipo Brent.
Veja a seguir as carteiras completas de bancos e corretoras:
Ágora Investimentos
A Ágora fez uma troca em sua carteira recomendada de ações para julho. A corretora retirou os papéis da Eletrobras (ELET6) e incluiu os da Direcional (DIRR3).
Ações |
Direcional (DIRR3) |
Copel (CPLE6) |
BTG Pactual (BPAC11) |
Multiplan (MULT3) |
Embraer (EMBR3) |
Itaú (ITUB4) |
Suzano (SUZB3) |
Petrobras (PETR4) |
Sabesp (SPSP3) |
Vale (VALE3) |
Andbank
O Andbank realizou uma troca em sua carteira recomendada de ações, retirando os papéis da Rumo (RAIL3) e acrescentando os da Prio (PRIO3).
Ações |
Copel (CPLE6) |
JBS (JBSS32) |
Itaú (ITUB4) |
Prio (PRIO3) |
Sabesp (SBSP3) |
BB Investimentos
O BB mudou a sua carteira por completo para julho. Saíram Braskem (BRKM5), Gerdau (GGBR4), Natura (NTCO3), Prio (PRIO3) e Petrorecôncavo (RECV3), com inclusão de Engie (EGIE3), Embraer (EMBR3), Marcopolo (POMO4), RD Saúde (RADL3) e Telefônica Brasil (VIVT3).
Ações |
Engie (EGIE3) |
Embraer (EMBR3) |
Marcopolo (POMO4) |
RD Saúde (RADL3) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
BTG Pactual
A única mudança do mês foi a inclusão das ações da Rede D’Or (RDOR3) substituindo os papéis do Mercado Livre (MELI34).
Ações |
Itaú (ITUB4) |
Copel (CPLE6) |
Nubank (ROXO34) |
Rede D’Or (RDOR3) |
Equatorial (EQTL3) |
Cyrela (CYRE3) |
Prio (PRIO3) |
Rumo (RAIL3) |
Smartfit (SMFT3) |
Cosan (CSAN3) |
Empiricus
Para julho, a Empiricus realizou duas alterações em seu portfólio. A corretora retirou as ações da Equatorial (EQTL3) e da Prio (PRIO3), incluindo os papéis da Energisa (ENGI11) e da Petrobras (PETR4) no lugar.
Ações |
Suzano (SUZB3) |
Energisa (ENGI11) |
Itaú (ITUB4) |
Localiza (RENT3) |
Iguatemi (IGTI11) |
Eletrobras (ELET6) |
Cosan (CSAN3) |
Porto Seguro (PSSA3) |
Petrobras (PETR4) |
Grupo SBF (SBFG3) |
Genial Investimentos
Em relação ao mês de junho, saíram as ações da Alupar (ALUP11), CPFL Energia (CPFE3), Energisa (ENGI11), Marfrig (MRFG3), Localiza (RENT3), Sabesp (SBSP3) e Unipar (UNIP6), com entrada dos papéis do BTG Pactual (BPAC11), Copel (CPLE6), Fras-le (FRAS3), Neoenergia (NEOE3), Sanepar (SAPR11), Tenda (TEND3) e Três Tentos (TTEN3).
Ações |
BTG Pactual (BPAC11) |
Bradesco (BBDC4) |
Cemig (CMIG4) |
Copel (CPLE6) |
Fras-le (FRAS3) |
Neoenergia (NEOE3) |
Sanepar (SAPR11) |
Tenda (TEND3) |
SLC Agricola (SLCE3) |
Três Tentos (TTEN3) |
Itaú BBA
O Itaú BBA fez uma troca na carteira. A casa retirou as ações da Equatorial (EQTL3) e incluiu as do Bradesco (BBDC4).
Ações |
Copel (CPLE6) |
Prio (PRIO3) |
Vibra (VBBR3) |
Bradesco (BBDC4) |
Marcopolo (POMO4) |
Planner
A Planner realizou três mudanças, retirando Caixa Seguridade (CXSE3), Engie (EGIE3) e Odontoprev (ODPV3) para acrescentar BB Seguridade (BBSE3), Log (LOGG3) e Taesa (TAEE11).
Ações |
Banco do Brasil (BBAS3) |
CSU (CSUD3) |
Eztec (EZTC3) |
Grendene (GRND3) |
Fleury (FLRY3) |
SLC Agrícola (SLCE3) |
Weg (WEGE3) |
BB Seguridade (BBSE3) |
Log (LOGG3) |
Taesa (TAEE11) |
Terra Investimentos
A Terra fez três modificações na sua carteira recomendada de ações para julho. A corretora retirou os papéis da Caixa Seguridade (CXSE3), Petrobras (PETR4) e Santander (SANB11), incluindo os ativos da Motiva (MOTV3), Prio (PRIO3) e Weg (WEGE3).
Ações |
Vale (VALE3) |
Gerdau (GGBR4) |
Cosan (CSAN3) |
Motiva (MOTV3) |
Vibra (VBBR3) |
Prio (PRIO3) |
Klabin (KLBN11) |
JBS (JBSS32) |
Eletrobras (ELET3) |
Weg (WEGE3) |