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- Conforme levantamento da Economatica para o E-Investidor, os três fundos com melhor desempenho foram: Próprio Capital FIA (112,04%), Fator Sinergia FIA (106,63) e FIA Trígono Verbier (102,33%)
- O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve alta de 59,73% no mesmo intervalo de tempo
- Em um período difícil do mercado, o gestor do fundo campeão explica que sua estratégia foi manter o perfil 100% em bolsa, com diversificação sem alta concentração, e liquidez
Imagine fazer uma aplicação na bolsa de valores no auge da crise e ver seu capital dobrar um ano depois. Essa foi a realidade de seis fundos de ações que tiveram mais de 100% de rentabilidade acumulada em doze meses, com base no fechamento do último dia 31 de março.
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Conforme levantamento da Economatica, os três fundos com melhor desempenho foram: Próprio Capital FIA (112,04%), Fator Sinergia FIA (106,63) e FIA Trígono Verbier (102,33%).
Completando a sequência de fundos com rentabilidade acima de 100%, aparecem o Sul America Selection FIA (101,72%), o Inter+ Ibovespa Ativo FIA (101,71%) e o Trígono Delphos Income FIC FIA (101,00%).
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Para fim de comparação, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve alta de 59,73% no mesmo intervalo de tempo.
“São retornos bem expressivos para a janela de um ano”, analisa Einar Rivero, gerente de Relação Institucional e Comercial da Economatica. “Mas não significa que esses fundos sempre tiveram essa rentabilidade elevadíssima. O que acontece é que a data de partida da amostra é muito marcante, que foi o fundo do poço do mercado”, completa.
Em março de 2020, mês em que a pandemia foi oficialmente confirmada no Brasil, investidores viveram dias de assombro. A B3 chegou a acionar o mecanismo de segurança circuit breaker por seis vezes em um intervalo de oito pregões. No dia 23 de março, o Ibovespa atingiu o “fundo do poço”, aos 63.569,62 pontos. No acumulado daquele mês, a queda do índice foi de 29,90%, aos 73.019,76 pontos.
Para o gerente da Economatica, o tamanho do patrimônio dos fundos pode ter facilitado a gestão dos ativos durante a crise. “Quanto maior o fundo, mais difícil é manipular os ativos. Quanto menor, há mais facilidade de fazer uma troca de carteira ou de posição”, diz Rivero.
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O Próprio Capital FIA, vencedor em retorno no período, tinha patrimônio acumulado de R$ 79,330 milhões no último dia 31 de março. Os fundos que ocupam o segundo e o terceiro lugar no ranking tinham, na mesma data, R$ 154.598 milhões e R$ 96,549 milhões de patrimônio, respectivamente.
Entre os fundos com patrimônio acima de R$ 1 bilhão, o que tem melhor retorno aparece na 23ª posição: o Moat Capital FIC FIA, com patrimônio de R$ 2,602 bilhões e rentabilidade de 75,89%.
Top 10 fundos com melhor retorno desde o início da crise
Nome | Patrimônio (em milhões) | Retorno (%) | |
1º | Próprio Capital FIA | 79,330 | 112,04 |
2º | Fator Sinergia FIA | 154,598 | 106,63 |
3º | FIA Trigono Verbier | 96,549 | 102,33 |
4º | Sul America Selection FIA | 350,485 | 101,72 |
5º | Inter+ Ibovespa Ativo FIA | 197,691 | 101,71 |
6º | Trigono Delphos Income FIC FIA | 66,477 | 101,00 |
7º | Trigono Flags 60 Small Caps FIC FIA | 146,347 | 99,59 |
8º | Tagus Fundamental FIA | 54,082 | 95,92 |
9º | Mapfre FIA Small | 25,777 | 91,49 |
10º | Itau Kinea Gama Fc FIA | 74,664 | 91,41 |
Fonte: Economatica | |||
* Dados de 31 de março de 2021 |
O que explica o sucesso do 1º colocado?
“É uma história de recuperação e superação nesses 12 meses”. As palavras definem a visão de Rafael Costa, gestor do fundo da Próprio Capital Gestão de Recursos. O produto, criado em julho de 2013, é o único fundo da gestora sediada em Florianópolis (SC).
Em um período difícil do mercado, o gestor do fundo campeão explica que sua estratégia foi manter o perfil 100% em bolsa, com diversificação sem alta concentração, e liquidez. “Raramente temos posição [em algum papel] que encosta em 10%. Se passar disso, procuramos reduzir porque concentrar, no nosso caso, traria mais risco”, diz Costa. O gestor optou por expandir a carteira, que chegou a ter 25 ativos.
Para além do último ano, Rivero analisa os retornos do Próprio Capital FIA em intervalos de cinco e três anos, e a performance do fundo acompanha de perto o Ibovespa (ver gráfico abaixo). “É uma carteira pulverizada. Tem muitas posições, e elas estão sempre praticamente abaixo de 5%”, diz Rivero. “A maior posição deles está no setor de bancos, em dezembro. Depois vem incorporados, eletrodomésticos”, completa.
Sobre a diversificação dos ativos, Costa optou por ficar alocado apenas em ações, e deixando de fora ações com pouca liquidez e derivativos, como opções e futuros. No caso dos papéis, a ideia foi se posicionar em setores que estavam descontados e desacreditados na crise, uma vez que poderia oferecer um alto retorno nos períodos de recuperação.
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“Procuramos olhar distorções de preço e valor. Parece batido, mas isso ainda é muito comum de acontecer, especialmente em momentos de estresse, como a pandemia”, conclui o gestor.