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- O ano de 2024, que começou com muitas projeções otimistas no mercado para os investimentos de renda variável, tem se mostrado misto até aqui
- É desta classe de ativos tanto o melhor quanto o pior desempenho acumulado no primeiro trimestre do ano: o Bitcoin e o Ibovespa
- Veja o desempenho acumulado pelos principais investimentos no primeiro trimestre de 2024
O ano de 2024, que começou com muitas projeções otimistas no mercado para os investimentos de renda variável, tem se mostrado misto até aqui. É desta classe de ativos tanto o melhor quanto o pior desempenho acumulado no primeiro trimestre do ano, mostram dados levantados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. Nesta matéria, é possível entender em detalhes os “vilões” do primeiro trimestre da Bolsa.
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O investimento que largou na frente em 2024 – e por muito – foi o bitcoin. A principal criptomoeda do mercado superou o “inverno” enfrentado desde 2022 e engatou uma trajetória de valorização suficiente para levar o ativo ao seu maior valor da história. Nesta quinta-feira (28), a cripto era negociada a US$ 70 mil, uma valorização anual de 72,2% – em meados de março, a alta era ainda maior e o Bitcoin chegou a bater os US$ 73 mil.
O bom momento das criptomoedas se deve a uma combinação de fatores que vai desde o cenário macro, com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos sejam reduzidos em algum momento de 2024, até a mudanças estruturais e regulatórias do próprio mercado cripto. No caso do bitcoin, especificamente o halving de abril e a aprovação do ETF (Exchange-Traded Fund) da Black Rock.
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Halving é o nome dado a uma mecânica do bitcoin que reduz a recompensa dos mineradores por bloco minerado. Isso faz com que o ativo seja cada vez mais escasso ao longo do tempo e, por consequência, mais valioso. "Historicamente, todas as vezes em que aconteceu, o halving sempre precedeu a aumentos significativos no preço do ativo", explica Junior Reginatto, head da mesa de renda variável da Nippur Finance.
Enquanto o mercado antecipava esse movimento, o 1º trimestre também teve outro marco importante: a aprovação de negociação de ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos. "Foi um grande passo para a legitimidade e a adoção do bitcoin", destaca Reginatto. "Grandes instituições financeiras têm começado a reconhecer as criptos como uma classe de ativos legítima. Um fluxo de dinheiro que até então, muitas vezes, ignorava a classe, passa a adotá-la como estratégia e isso aumenta a demanda."
Pior para a Bolsa brasileira
O apetite a risco que levou o bitcoin a essa alta histórica não significou, necessariamente, um movimento positivo para todo e qualquer ativo na renda variável. Lá fora, as bolsas de valores americanas e europeias negociam nos patamares mais elevados da história. Por aqui, no entanto, os índices de ações brasileiras foram os piores investimentos do trimestre.
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Com juros ainda altos nos EUA e as ações ligadas à tecnologia, especialmente as Magnificent Seven, com ganhos elevados na esteira da inteligência artificial, o fluxo de capital estrangeiro na B3 minguou. "O saldo do investimento estrangeiro no Brasil em 2024 está negativo e impacta diretamente na lateralização e queda dos preços das ações, fazendo com que o nosso mercado não esteja participando da festa que vem ocorrendo em outros mercados, como o europeu, que vem atingindo máximas históricas constantemente", diz Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital.
O IBOV caiu 4,53% nos três primeiros meses do ano, enquanto o IDIV caiu 3,81% e o SMLL cedeu 4,09%.
Do ponto de vista interno, além da fuga de capital estrangeiro, algumas discussões ligadas ao risco político e fiscal pesaram sobre ações muito importantes para a composição do Ibovespa, como Petrobras (PETR3; PETR4). "A recente interferência na distribuição de dividendos da Petrobras, por exemplo, foi um fator que pesou e trouxe preocupação para os investidores. Com o aumento da percepção de risco, muitos investidores saem da bolsa e partem para outros investimentos", destaca Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.
O único índice da Bolsa brasileira que conseguiu um desempenho expressivo neste primeiro trimestre foi o BDRX, ligado às Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Como mostramos com detalhes nesta reportagem, o boom vivido pelas empresas gringas chega ao País e fez essa classe de ativos saltar 15,88% no primeiro trimestre.
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Para Louzada, essa valorização se deve a dois motivos principais. "O forte boom da inteligência artificial impulsionou muitas big techs para cima, como Apple, Nvidia, Amazon e Tesla. Mas os BDRs também se destacam em cenários de valorização da moeda estrangeira em relação ao real", explica.