A agenda econômica desta quinta-feira (7) promete repetir a dose da véspera com eventos importantes. Entre eles, a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a entrevista de seu presidente Jerome Powell, assim como o anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). No Brasil, o grande destaque do mercado financeiro hoje fica com o balanço da Petrobras (PETR3; PETR4) – confira aqui as estimativas do mercado.
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Ainda na agenda econômica hoje, acontece a reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para fechar as medidas de corte de gastos. O Congresso faz a abertura da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia).
Serão divulgados também o resultado primário do Governo Central brasileiro, enquanto o Tesouro faz leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa). Nos EUA, também serão publicados os pedidos semanais de auxílio-desemprego e o custo de mão de obra no terceiro trimestre.
Confira os 5 assuntos mais importantes do mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
Os futuros das bolsas de Nova York sobem levemente, após Wall Street renovar recordes com a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA. Mas os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar caem com uma realização após fortes ganhos à espera da decisão do Fed.
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As bolsas europeias mostram ganhos leves com reações difusas a balanços. Telefônica caía 1,82% e Air France perdia 11,23% mais cedo, enquanto Arcelor Mittal ganhava 5,66%.
Na China, as bolsas avançaram também após números positivos de exportações e sob expectativas de que, após a eleição de Trump, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China lance um agressivo pacote de estímulos fiscais no fim da sua reunião desta semana, que termina na sexta-feira (8).
Decisões de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, na última quarta-feira (6), subir a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. Esta é a segunda elevação feita no governo do presidente Lula – e não deve ser a última. Entenda mais sobre isso nesta matéria.
Agora as atenções se voltam para o Federal Reserve, que transferiu o resultado de política monetária para esta quinta-feira para não tirar o foco das eleições presidenciais nos EUA. A expectativa é de anúncio de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Fed, assim como para o Banco da Inglaterra.
Balanço da Petrobras e de outras companhias
Após o resultado trimestral surpreendente da Vale (VALE3), as expectativas foram direcionadas para o balanço da Petrobras. Depois do fechamento do mercado, a petroleira divulga seus números do terceiro trimestre, junto com Caixa Seguridade (CXSE3), Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3).
Segundo projeção dos analistas do Itaú BBA, o mais otimista entre todas as consultadas pelo E-Investidor, a Petrobras pode lucrar até US$ 5,571 bilhões no terceiro trimestre de 2024. O lucro estimado equivale a uma leve queda de 0,1% na comparação com o resultado do terceiro trimestre de 2023. Confira os detalhes nesta reportagem.
Commodities
O minério de ferro fechou em alta de 2,11% em Dalian, na China. Enquanto isso, o petróleo opera no negativo, em torno de 1,00%, após forte desvalorização na véspera com a vitória do republicano Donald Trump.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 1,57% no pré-mercado de Nova York, por volta das 08h35 (de Brasília). Na contramão de sua commodity, os ADRs da Petrobras subiam 0,67% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
Os juros de curto prazo podem cair, já que havia chance residual na curva de um ajuste maior do Copom. O cenário fiscal deve afetar os ajustes dos demais vértices de juros, câmbio e bolsa, especialmente diante da volatilidade em Nova York.
Investidores podem ficar cautelosos após falas do presidente Lula e do ministro Haddad. Lula defende que o ajuste não recaia apenas sobre os mais pobres e cobra contrapartidas do Congresso e empresários.
Já Haddad prevê a conclusão do plano fiscal até o fim da manhã e a necessidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei complementar, mas diz que as propostas podem ser apresentadas antes aos presidentes da Câmara e do Senado. Ou seja, a aprovação e anúncio dependeriam do apoio do Congresso às medidas, o que pode repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast
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