A agenda da semana concentra atenções no relatório de emprego americano, o payroll, que deve ditar a expectativa pelo tamanho do corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) esperado este mês. Nesta segunda-feira (2), o primeiro pregão do mês de setembro, o mercado financeiro hoje traz o boletim Focus e o detalhamento dos números do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 em meio ao feriado do Dia do Trabalho, que fecha os mercados nos Estados Unidos.
A agenda hoje ainda mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV), e o leilão extra de swap cambial (derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas com o objetivo de proteger o investidor contra variações excessivas) do Banco Central (BC), que não é para rolagem de vencimentos, ou seja, significa uma injeção de recursos novos no sistema. Segundo o comunicado publicado no BC Correio, serão ofertados até 14,7 mil contratos, no total de US$ 735 milhões.
Nesta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma agenda de reuniões com ministros e lideranças do governo no Congresso, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Na terça-feira (3), acontece a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre. Nos próximos dias, sairão a produção industrial de julho, a balança comercial e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de agosto.
No exterior, destaque para a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI) americano de agosto (leitura final) e do S&P Global/Caixin, PMI composto e de serviços da China na terça-feira (3). Na quarta-feira (4), serão divulgados os PMIs da Alemanha e da zona do euro. No mesmo dia, sairão a balança comercial dos EUA relativa a julho e o Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed nos EUA).
Na quinta-feira (5), serão divulgados as vendas do varejo da zona do euro, o relatório ADP (considerado uma prévia do payroll, é um documento mensal sobre o nível de emprego privado não agrícola) e os pedidos semanais de desemprego nos EUA. Na sexta-feira (6), será divulgado o payroll e a segunda leitura do PIB da zona do euro do segundo trimestre.
Confira os 4 destaques do mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
A liquidez promete ser reduzida por conta do feriado do Dia do Trabalho nos EUA e da agenda esvaziada nesta segunda-feira, o que deixa o dólar ante moedas fortes e o petróleo operando em margens estreitas.
As bolsas europeias caem após o bom desempenho da extrema-direita em eleições regionais na Alemanha, o que impõe mais pressão sobre o governo do chanceler Olaf Scholz. Investidores também digerem uma série de dados da indústria na região, como o PIB da Itália e os PMIs fracos da zona do euro e da Alemanha, mas forte no Reino Unido, que avançou ao maior nível em 26 meses.
Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em queda em meio a dados chineses com resultados divergentes e novos alertas do combalido setor imobiliário. No final de semana, a leitura do governo para o PMI industrial chinês mostrou um recuo mais firme do que o esperado em agosto, em território de contração. A pesquisa da S&P Global e da Caixin, por outro lado, mostrou um inesperado avanço para 50,4.
O ministro Alexandre de Mores, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender a rede social X após o empresário Elon Musk, dono da plataforma, se recusar a nomear um representante para responder pela empresa no Brasil. Ele afirma que a plataforma tentou se esquivar da jurisdição brasileira “com a declarada e criminosa finalidade de deixar de cumprir as determinações judiciais”. A empresa alega que as decisões do STF violariam a legislação e que seus funcionários no País vinham sendo ameaçados de prisão.
A queda 4,36% do minério de ferro em Dalian, na China, onde foram divulgados dados de atividade com resultados destoantes no final de semana, é um dos gatilhos que pode levar o Ibovespa a uma realização de lucros. O petróleo, por sua vez, ronda a estabilidade.
Mercado brasileiro
No Brasil, os ativos tendem a operar de maneira cautelosa enquanto os investidores aguardam novos sinais da política monetária nos Estados Unidos em uma semana de payroll e na Europa, além das questões locais.
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Embora o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tenha sinalizado que uma alta de meio ponto porcentual da Selic não está em questão, a curva futura ainda segue indicando uma elevação desse nível.
Por isso, o boletim Focus ganha atenção especial em meio ao arrefecimento — pouco convincente para muitos no mercado — do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em agosto, diante das incertezas sobre os impactos das queimadas nos preços e da mudança de bandeira tarifária para a cor vermelha, na noite de sexta-feira (30) – confira aqui.
As atenções do mercado financeiro hoje ainda estarão no detalhamento do PLOA. No câmbio, os investidores monitoram mais um leilão de swap do BC. Na sexta-feira (30), foram realizadas duas operações para injetar recursos novos no mercado – relembre aqui.