A agenda econômica desta quarta-feira (13) segue com atenções voltadas ao pacote de corte de gastos em meio a reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar as diretrizes do plano, e outro encontro com o ministro da Defesa, José Múcio. Também ficam no foco do mercado financeiro hoje a temporada de balanços, com resultados da B3 (B3SA3) e Banco do Brasil (BBAS3) – veja aqui o que esperar.
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Ainda na agenda econômica de hoje, o volume de serviços em setembro e dois leilões de linha – venda de dólar com recompra futura pelo Banco Central (BC) – de até US$ 4 bilhões também devem direcionar os negócios. O valor da Ptax (taxa de câmbio usada para a venda por parte do BC) será divulgado pela manhã.
Diretores do BC participam de reunião trimestral com economistas. Enquanto isso, acontece uma palestra do diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, em evento do Bradesco Asset Management.
Nos Estados Unidos, as atenções ficam no índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro e em falas de três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): Lorie Logan, de Dallas; Alberto Musalem, de St. Louis; e Jeffrey Schmid, de Kansas City.
Confira os 4 assuntos que movimentam o mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
As bolsas europeias sobem em bloco, reagindo a notícias corporativas. Em Nova York, por outro lado, a cautela predomina com o aparente fim do “Trump Trade”. Os índices futuros de ações estendem perdas de Wall Street na véspera, enquanto os juros dos Treasuries (títulos da dívida americana) e o dólar ante pares rivais recuam.
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Investidores monitoram as indicações do presidente eleito Donald Trump para o seu futuro gabinete, como a dos empresários Elon Musk e Vivek Ramaswamy para um novo “Departamento de Eficiência Governamental”. Já os investidores Scott Bessent e Howard Lutnick são os principais candidatos a secretário do Tesouro e seu ex-representante comercial Robert Lighthizer como czar comercial no segundo mandato.
No radar estão ainda o CPI americano, que deve subir 0,2% em outubro, e falas de membros do Fed, que devem orientar também as apostas para a reunião de dezembro, quando as chances de manutenção do juro estão em 40%, contra 60% de nova queda de 25 pontos-base.
Balanços
Mais empresas entram em cena na temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024. Nesta quarta-feira, é a vez da B3, Banco do Brasil, Nubank (ROXO34), Allos (ALOS3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) após o fechamento dos mercados.
Segundo análises do mercado, o Banco do Brasil deve apresentar o pior resultado entre os quatro grandes bancos nesta quarta-feira (13). Não porque os números serão totalmente ruins, mas sim devido ao contexto e comparação com o segundo trimestre de 2024 e em relação a alguns pontos do terceiro trimestre de 2023. Entenda mais sobre isso nesta reportagem.
Já nesta manhã, a Gol (GOLL4) reportou uma redução de 36% no prejuízo do terceiro trimestre, para R$ 830 milhões, em relação ao resultado também negativo de R$ 1,3 bilhão reportado no mesmo período de 2023. Veja aqui o balanço completo.
Commodities
O minério de ferro fechou em queda de 0,20% no mercado de Dalian, na China, enquanto o petróleo avança cerca de 0,70% no exterior.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,66% no pré-mercado de Nova York, por volta das 08h25 (de Brasília), enquanto os da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,36%.
Leilões de dólar do BC e mercado brasileiro
A cautela em Nova York e a indefinição das medidas fiscais podem dificultar uma recuperação do Ibovespa hoje. O dólar e os juros futuros podem aliviar um pouco junto com os retornos dos Treasuries e de olho no andamento das negociações do pacote de corte de gastos.
O ajuste no câmbio deve responder também aos leilões de linha de até US$ 4 bilhões. As liquidações serão no dia 2 de abril de 2025 para o Leilão ‘A’ e 2 de julho de 2025 para o Leilão ‘B’, cada um no valor de US$ 2 bilhões.
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A última vez que o BC vendeu dólar à vista foi em 30 de agosto, quando ofertou US$ 1,5 bilhão. Na época, a intervenção foi vista como uma maneira de amenizar o impacto da saída de cerca de US$ 1 bilhão em razão de um rebalanceamento do EWZ, o ETF (fundos negociados em bolsa como se fossem uma ação) do Brasil no índice do MCSI – do Morgan Stanley Capital International –, sobre a formação da última taxa Ptax daquele mês. Em 2 de setembro, o BC vendeu US$ 735 milhões em swaps cambiais, que equivalem à venda de dólar futuro.
Sobre a operação desta quarta-feira, o BC provavelmente identificou redução da liquidez e necessidade de prover moeda para operações típicas de fim de ano, como remessas de dividendos pelas empresas com matriz no exterior. “O leilão afeta basicamente o cupom cambial, não a taxa de câmbio, pois não altera a exposição em dólares do mercado financeiro hoje“, afirma o estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein.
* Com informações do Broadcast