A agenda econômica desta sexta-feira (31), última sessão de janeiro, traz o resultado do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA em dezembro, medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e o resultado do setor público consolidado são os destaques no mercado financeiro hoje brasileiro.
Ainda na agenda econômica hoje, a Aneel define a bandeira tarifária de fevereiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá reuniões com CNSeg e Grupo Cosan (CSAN3). Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe o presidente dos Correios, Fabiano Silva, e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Nos EUA, ainda serão acompanhados o discurso de Michelle Bowman, do Fed, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de janeiro. Chevron e Exxon Mobil publicam balanços antes da abertura dos mercados em Nova York. Ainda o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Alemanha em janeiro é esperado.
Confira os 3 assuntos que direcionam o mercado financeiro hoje
Tarifas de Donald Trump e bolsas internacionais
O dólar e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem, ecoando a confirmação de tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá a partir de fevereiro, pelo presidente dos EUA, Donald Trump em meio a expectativas pelo PCE e Bowman.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Trump disse que definiria na quinta-feira (30) à noite novas tarifas ao petróleo importado desses dois países, e voltou a ameaçar os produtos comprados da China em breve, citando o envio de fentanil como motivo, e de 100% aos países dos Brics (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caso tentem substituir o dólar em suas relações comerciais.
- ‘Trump 2.0’: como o aumento de tarifas nos EUA pode impactar Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Weg (WEGE3) e mais empresas do Brasil
Por outro lado, há apetite por ações. Os futuros de Nova York e as bolsas europeias avançam, após balanços e expectativas de novos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).
Em Nova York, a Apple (AAPL34) saltava mais de 3% após superar as expectativas de lucro, enquanto a Intel (ITLC34) ganhava 2% depois de um prejuízo no 4º trimestre menor do que o esperado. Já a Visa (VISA34) teve receita acima das previsões e um aumento no volume de pagamentos no primeiro trimestre fiscal.
Commodities
Os contratos futuros do petróleo viraram para baixo nesta manhã, revertendo ganhos da madrugada, em meio a incertezas sobre tarifas dos EUA ao México e ao Canadá. Os barris de WTI cediam 0,32%, e os de Brent 0,42% por volta das 8h10 (de Brasília).
O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, na China, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,53% no pré-mercado de Nova York no horário acima. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,21%.
- Prepare o bolso: o preço da gasolina vai subir em fevereiro. Veja novos valores
Mercado brasileiro
O Ibovespa hoje pode ganhar fôlego com o exterior, mas a queda do petróleo age como contraponto. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado em bolsa de valores como se fosse uma ação) brasileiro subia 0,35% em Nova York mais cedo.
Publicidade
O dólar fica sujeito à volatilidade com as tarifas de Trump e a disputa técnica sobre a última Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro) de janeiro. A alta dos rendimentos dos Treasuries pode impactar os juros futuros.
As taxas futuras também devem reagir aos dados da Pnad Contínua e fiscais, para os quais são esperados superávit primário de R$ 14,5 bilhões em dezembro e déficit de R$ 48,8 bilhões em 2024. A taxa de desemprego deve cair para 6% no trimestre até dezembro.
Após o presidente Lula não se comprometer com novas medidas de contenção de gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão do Orçamento é uma atividade rotineira e Lula sabe que mudanças de rota podem ser necessárias.
Haddad também estimou uma queda no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% para 2,5% em 2025, mencionou que a Selic já desacelera a economia e afirmou que não faz sentido os EUA sobretaxarem produtos do Brasil, dado o equilíbrio na balança comercial entre as partes.
Publicidade
Esses e outros assuntos movimentam o mercado financeiro hoje e devem ficar no radar do investidor nesta sexta-feira (31).
* Com informações do Broadcast