A agenda econômica da semana engloba os dados de inflação dos Estados Unidos, em especial o índice de preços ao consumidor (CPI), e discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), para afinar as apostas para a taxa básica de juros americana. Nesta segunda-feira (12), além do boletim Focus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além dos líderes do governo no Parlamento, enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulga relatório mensal sobre petróleo no mercado financeiro hoje.
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Ainda na contexto local da agenda hoje, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, faz palestra em evento de inauguração do novo câmpus da FGV EESP em São Paulo. Os diretores de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, participam de duas reuniões com economistas do mercado, no Rio de Janeiro. Enquanto isso, saem os primeiros resultados da etapa piloto da Pesquisa Firmus, que serão abordados na Live do BC pelo diretor Guillen.
Também acontece, neste primeiro dia da semana, a palestra do ministro Haddad no 2º Warren Day, assim como do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF Gilmar Mendes. No mesmo evento, haverá painéis dos governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) no final da tarde. Há também a primeira edição do Finance of Tomorrow (FoT), com a participação do Diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, Pedro Malan e Gustavo Franco.
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Nos próximos dias, são aguardados o volume de serviços, na terça-feira (13); o resultado do varejo restrito e ampliado, na quarta-feira (14); o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de agosto e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) de junho, na sexta-feira (16). além das vendas no varejo e produção industrial em julho, na China.
No exterior, serão divulgados o Índice de Preços ao Produtor (PPI) na terça-feira (13); o CPI e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e do Japão, na quarta-feira (14), além das vendas no varejo e produção industrial em julho, na China; o índice de sentimento do consumidor e as expectativas de inflação da Universidade de Michigan, na sexta-feira (16).
Entre os dirigentes do Federal Reserve que falam na semana estão Raphael Bostic, de Atlanta, na terça-feira (13); Alberto Musalem, de St. Louis, e Patrick Harker, de Filadélfia, na quinta-feira (15); e Austan Goolsbee, de Chicago, na sexta-feira (16).
Na lista de balanços, ficam no foco os resultados de Nubank (ROXO34), XP, BTG Pactual (BPAC11), JBS (JBSS3), Azul (AZUL4), CSN (CSNA3), UBS, Walmart (WALM34), entre outras empresas.
Confira os 4 assuntos em destaque no mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
Os índices futuros em Nova York e as bolsas europeias operam majoritariamente em alta modesta. Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estunidense) e o dólar também exibem ganhos leves, após dados favoráveis do mercado de trabalho americano na última semana aliviarem preocupações de que os Estados Unidos pudessem estar rumando para uma recessão – relembre o caso aqui.
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O petróleo volta a subir, na esteira de ganhos acumulados de 4,52% pelo WTI e de 3,71% pelo Brent na semana passada sob efeito da redução nos temores de recessão nos Estados Unidos. A instabilidade geopolítica na Ucrânia e no Oriente Médio continua no radar.
Também a disputa eleitoral nos EUA é monitorada. A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, abriu vantagem em relação ao rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, em três estados-chave – Michigan, Pensilvânia e Wisconsin -, apontou uma pesquisa do Sienna College, em parceria com o jornal The New York Times. As chances de Kamala Harris derrotar o ex-presidente Donald Trump nas eleições de novembro aumentaram e se tornaram majoritárias em bolsas de apostas.
- Leia mais: “Kamala Harris é a melhor candidata para o mercado brasileiro”, diz Criteria Investimentos
Juros dos EUA
Os investidores estão na expectativa dos indicadores de inflação americanos e discursos de dirigentes do Fed, após o mercado voltar a ver a hipótese de alívio de 25 pontos base das taxas de juros nos EUA como majoritária, na sexta-feira (16).
A diretora do Federal Reserve (Fed) Michelle Bowman disse no sábado (10) que, caso os próximos dados sigam mostrando que a inflação se dirige sustentavelmente para a meta de 2% ao ano, vai se tornar apropriado baixar gradualmente os juros para prevenir que a política monetária se torne excessivamente restritiva para a atividade econômica e o emprego.
Bowman observou ainda que a atividade econômica dos EUA foi mais moderada no primeiro semestre, depois de crescer forte em 2023, e ressaltou que turbulências geopolíticas representam riscos de alta para a inflação no país.
Commodities
os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) exibiam altas leves no pré-mercado em Nova York na esteira do petróleo forte e na contramão da queda de 1,08% do minério de ferro na China.
Mercado brasileiro
O ambiente mais calmo lá fora sugere novos ganhos moderados ao Ibovespa após subir 1,52% no último pregão, aos 130.614,59 pontos, maior nível desde fevereiro – veja aqui.
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Os investidores vão acompanhar também o boletim Focus e comentários de Campos Neto, Galípolo e Haddad, após os juros curtos reagirem em alta na sexta-feira (9) ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais forte que o esperado em julho – confira mais aqui -, que elevou as apostas em aumentos na taxa Selic nos próximos meses.
O avanço discreto dos rendimentos dos Treasuries e do dólar ante moedas principais nesta manhã indica oscilações estreitas para os mercados de juros e de câmbio.
O cenário fiscal do governo, que tem apoiado a desvalorização do real, segue no foco dos investidores no mercado financeiro hoje. Os economistas do mercado que se reuniram com diretores do Banco Central, na sexta-feira (9) à tarde, mencionaram que o cenário externo parece mais favorável ao real, com a perspectiva de um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros americanos em setembro, sem um pouso forçado da economia dos Estados Unidos, e a reversão do desmonte de operações de carry trade (mecanismo utilizado para tentar obter lucros com base na diferença entre a taxa de juros de dois países) com a moeda do Japão. Assim, a maioria defendeu a visão de que a Selic não deve ser elevada.
*Com informações do Broadcast
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