Ainda na agenda econômica hoje, investidores acompanham encontros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros no Japão, para buscar alternativas à guerra comercial do governo Trump. Os olhares da política esta semana estão voltados para o julgamento do inquérito de tentativa de golpe, que começa na terça-feira (25).
Nesta segunda-feira, há também o índice de atividade nacional do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago de fevereiro; Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto dos EUA de março pela S&P; discurso do presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey; e do vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr. Ainda, o Banco do Japão (BoJ) publica ata da penúltima reunião de política monetária.
Ao longo da semana, na agenda nacional, tem a nota do setor externo de fevereiro e o resultado primário do Governo Central de fevereiro na quarta-feira (26). Na sexta-feira (28), serão divulgados ainda o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de março, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de fevereiro, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, Relatório Mensal da Dívida Pública de fevereiro e a definição da bandeira tarifária de energia elétrica para abril pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No exterior, na terça-feira, investidores acompanham o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha e os discursos de dirigentes do Fed. Quarta-feira é dia do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do Reino Unido e Cúpula europeia do IIF 2025. A leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do quarto trimestre de 2024 sai na quinta-feira (27) e o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de fevereiro na sexta-feira. Também neste dia, serão divulgados o PIB e vendas no varejo do Reino Unido.
Mercado financeiro hoje: assuntos que movimentam a segunda-feira
Bolsas internacionais reagem a PMIs e tarifas de Trump
Os futuros de Nova York têm alta firme nesta manhã, enquanto na Europa o fôlego é menor em meio a índices de gerentes de compras (PMIs) da região. O euro reduziu ganhos após os PMIs mistos da zona do euro e da Alemanha, com queda em serviços e avanço no setor industrial. No Reino Unido, o PMI industrial caiu ao menor nível em 18 meses, mas o de serviços subiu ao maior patamar em sete meses.
Assessores do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmam que o mandatário planeja para 2 de abril — chamado de “Liberation Day” (Dia da Libertação) — um anúncio de tarifas contra blocos ou nações de forma mais direcionada do que vem sendo feito. A expectativa é que as tarifas tenham aplicação imediata. Tarifas para setores de automóveis, semicondutores e remédios podem não ser anunciadas nessa data.
No Japão, o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, disse que pode tomar medidas apropriadas caso haja movimentos excessivos na cotação do iene.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem nesta segunda-feira, sugerindo que Wall Street irá manter o tom positivo do fim da semana passada. O dólar hoje opera em baixa frente ao euro e à libra, mas se fortalece em relação ao iene.
Boletim Focus: o que esperar da inflação e juros?
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (24), os principais indicadores econômicos, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic – veja todos os detalhes aqui.
As projeções do relatório Focus para o IPCA, em 2025, suavizaram levemente de 5,66% para 5,65%, mas ainda acima do teto da meta (4,50%). Para 2026, a expectativa da inflação passou de 4,48% a 4,50%. Em 2027, as apostas seguiram em 4,00%, e em 2028, ficaram em 3,78%.
As perspectivas do boletim Focus para a Selic seguiram em 15% em 2025, e 12,50% em 2026. Para cenários mais longos, ficaram em 10,50% em 2027, e 10% em 2028.
Commodities: petróleo e minério avançam
O petróleo sobe moderadamente, estendendo ganhos acumulados nas duas últimas semanas. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio subia 0,47%, enquanto o do Brent para junho avançava 0,42%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 2,43%, cotado a 779,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 107,52 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,89% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h25 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,49% no mesmo horário.
O que esperar para o Ibovespa hoje?
Os ativos brasileiros hoje podem ficar mais sintonizados com o exterior, em dia de agenda mais fraca. O tom positivo em Nova York pode beneficiar o Ibovespa hoje, uma vez que o EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) brasileiro negociado em Nova York, subia 0,56% no pré-mercado.
O dólar mais fraco ante moedas emergentes pode ser um bom sinal para o real. Ao longo da semana, o IPCA-15 e o RPM podem trazer ajustes à curva de juros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (21) que o projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil pode ser aprovado pelo Congresso. O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, afirmou que as medidas de crédito, somadas às propostas em tramitação no Congresso que o Executivo quer destravar, têm o potencial de reduzir em um terço a taxa média de juros cobrada das famílias do País. Esses e outros assuntos ficam no radar do mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast