O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio é o destaque da enxuta agenda desta quarta-feira (7), véspera do feriado de Corpus Christi que fechará os mercados no País amanhã. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento sobre o marco temporal, que limita a demarcação de terras dos povos originários. No exterior, além de indicadores chineses e europeus já divulgados, os investidores vão acompanhar os dados da balança comercial dos Estados Unidos em abril e a decisão de juros do Banco Central do Canadá.
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As bolsas europeias e os índices futuros em Nova York recuam majoritariamente nesta manhã, após dados fracos da balança comercial da China reavivarem temores sobre o desempenho da economia global, que hoje teve projeções atualizadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As exportações da China sofreram queda anual de 7,5% em maio, contrariando projeção de alta de analistas consultados pela FactSet.
As perdas são estreitas diante das revisões de perspectivas pela OCDE, que elevou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023 de 2,6% para 2,7%, e manteve a estimativa de avanço de 2,9% em 2024. A organização projeta também que a taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve ser elevada em 25 pontos-base nos próximos meses e, após esse aumento, deve permanecer no pico até o segundo semestre de 2024, quando começam a ser reduzidos.
Os índices acionários europeus são pressionados adicionalmente pelo avanço de 0,3% da produção industrial da Alemanha em abril ante março, abaixo do esperado por analistas (0,5%). Para o ING, a produção industrial da Alemanha junta-se à tendência das exportações e vendas no varejo, que também se recuperaram marginalmente, mas não trouxeram alívio.
No Brasil
A decepção com a balança comercial chinesa pode pesar ainda na bolsa local, sobretudo em ações de empresas exportadoras de produtos básicos para o segundo maior parceiro comercial brasileiro. Porém, se o IPCA de maio confirmar a desaceleração esperada pelos economistas, os mercados podem ganhar ainda mais confiança em um corte da taxa Selic em agosto, renovando o ânimo local.
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Ontem, a perspectiva de flexibilização monetária mais próxima ganhou musculatura, após a deflação de 2,33% do IGP-DI mensal na margem, a maior queda desde abril de 1947, fazendo os juros futuros caírem, o Ibovespa subir aos 114.610,10 pontos, maior pontuação final desde 8 de novembro, e o dólar à vista ceder aos R$ 4,9122.
Na B3, os investidores devem avaliar ainda as implicações da recomendação do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara para adoção de regimes fiscais específicos para ao menos cinco setores, como operações com bens imóveis (empresas de construção civil e cadeia do setor imobiliário), serviços financeiros (bancos, corretoras, mercado de títulos, bolsa), seguros, cooperativas e combustíveis e lubrificantes.
Agenda
O IPCA de maio será publicado na abertura do mercado local (9h). O Tesouro faz leilões de venda de LTN e NTN-F (11h). O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento sobre o marco temporal, que limita a demarcação de terras dos povos originários no País.
No exterior, são esperados a balança comercial dos Estados Unidos em abril (9h30), decisão de juros do Banco Central do Canadá (11h) e o PIB do Japão no primeiro trimestre (20h50).
* Com informações do Broadcast
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