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Mercado hoje: China guia humor das bolsas antes de resultados econômicos de Brasil e EUA; confira a agenda do dia

Indicadores mostram que indústria e varejo chinês tiveram desempenho melhor que o esperado em agosto

O líder da China, Xi Jinping. Foto: Sputnik/Sergey Bobylev/Pool via REUTERS

A cinco dias das decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, a sexta-feira (15) traz a divulgação das vendas no restrito e ampliado do Brasil de julho. Nos EUA, as atenções ficam na produção industrial e na pesquisa da Universidade de Michigan que apura o sentimento e as expectativas de inflação do consumidor americano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja para Havana, capital de Cuba, para participar da Cúpula do G77 + China e amanhã embarca para Nova York para participar da 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A China guia o humor dos mercados internacionais nesta sexta-feira, com a decisão do banco central chinês, o PBoC, de cortar juros, e após uma série de indicadores mostrarem que a indústria e o varejo do país tiveram desempenho melhor do que o esperado em agosto.

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Por outro lado, as vendas de moradias caíram no acumulado de janeiro a agosto e os investimentos em ativos fixos avançaram menos do que se previa no mesmo período. Ontem, o PBoC havia anunciado um corte na taxa de compulsório bancário, de 25 pontos-base, mas analistas da Capital Economics consideraram a medida insuficiente para estimular a demanda por crédito.

Em reação ao PBoC e aos dados chineses os preços dos contratos futuros do petróleo atingiram os maiores níveis em dez meses mais cedo. O dólar cai ante euro e libra, o DXY também recua, mas o sinal é misto ante moedas emergentes.

Os futuros de Nova York e as bolsas europeias sobem, assim como os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), com investidores à espera dos dados dos EUA para ajustar apostas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O CME Group apontava às 7h15, 97% de chance de manutenção dos Fed Funds (como são chamados os juros americanos) na próxima semana na faixa de 5,25% a 5,50%; 64% para manutenção em novembro e 57% para dezembro. Fica ainda no radar a decisão do banco central russo, que elevou sua taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, a 13% ao ano.

No Brasil

O sinal positivo das bolsas no exterior e alta do petróleo devem dar algum fôlego ao Ibovespa. O EWZ, como é conhecido o maior fundo de índice ligado ao Brasil, subia 0,15% há pouco no pré-mercado em Nova York. Os retornos dos Treasuries podem ter alguma pressão de alta sobre os juros futuros, que ficam sensíveis também aos números das vendas no varejo, que devem subir 0,5% em julho, na margem, após estabilidade (0,0%) em junho, segundo o Projeções Broadcast.

Mas a reação tende a ser limitada, uma vez que o mercado já tem precificado um corte de 50 pontos-base da Selic na próxima quarta-feira, para 12,75% ao ano. A expectativa é unânime, segundo o Projeções Broadcast, e analistas não descartam pelo menos uma redução de 75 pontos-base ainda este ano.

O mercado também repercute a aprovação na Câmara do projeto de lei (PL) que trata do acordo feito pela União com os Estados para compensar perdas com a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no ano passado. Foram 349 votos a favor, 68 contrários e duas abstenções no texto-base. A proposta foi encaminhada ao Senado. No PL, há um dispositivo que abre brecha para o governo desembolsar valores menores para cumprir os gastos mínimos com a Saúde este ano.

Agenda

A agenda desta sexta-feira (15) traz a divulgação dos dados de varejo restrito e ampliado do Brasil de julho (9h00).

No exterior, destaque à produção industrial dos Estados Unidos (10h15) e à pesquisa da Universidade de Michigan que apura o sentimento e as expectativas de inflação do consumidor americano (11h00).