As reuniões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) de março começam nesta terça-feira (19) sob dúvidas quanto à esperada trajetória de cortes de juros nos EUA este ano e eventual mudança na comunicação do BC brasileiro diante da resiliência da inflação de serviços.
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O relatório de mercado Focus, o leilão de títulos pós-fixados do Tesouro e a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em seminário sobre descarbonização promovido pela Esfera Brasil e MBCBrasil, são outros destaques desta terça-feira de agenda de indicadores fraca.
Ainda, o Banco do Povo (PBoC) da China anuncia decisão de juros à noite. A Bolsa de Tóquio subiu após o Banco do Japão (BoJ) elevar juros pela primeira vez em 17 anos.
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O BoJ aumentou seu juro básico para uma faixa de 0% a 0,1%, depois de mantê-lo em -0,1% por mais de oito anos. Também eliminou seu instrumento de controle da curva de juros (YCC) do JGB de 10 anos e apontou que o cumprimento sustentável e estável da meta de inflação de 2% está próximo.
Porém, o presidente da instituição, Kazuo Ueda, reforçou que as condições monetárias permanecerão acomodatícias, apoiando o recuo do iene ante o dólar.
Em Nova York, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) são pressionados pela queda dos retornos dos bônus do governo japonês (JGBs) após decisão do BOJ, enquanto o dólar avança e os índices futuros recuam moderadamente em meio a expectativas pela decisão de juros do Federal Reserve, nesta quarta-feira (20).
O Fed deve optar por manter juros inalterados nesta semana, mas os mercados vão focar nas previsões no gráfico de pontos em busca de pistas sobre o ritmo de cortes na taxa básica este ano.
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A curva de juros futura está quase dividida sobre a chance de o ciclo de afrouxamento começar em junho, depois dos dados firmes de inflação americana na semana passada. Há compasso de espera também pela decisão de juros do BC chinês hoje à noite.
Na Europa, as bolsas sobem na maioria, mas Londres recua. Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas subiu a 31,7 em março, acima da previsão (20,5), dando sustentação aos ganhos na Bolsa de Frankfurt.
No Brasil
O alívio nos rendimentos dos Treasuries e alta de 5,35% do minério de ferro na China sugerem abertura positiva para os mercados locais.
Na Bolsa, as atenções ficam ainda em notícias corporativas e em teleconferências de balanços do 4º trimestre, como de Braskem, Itaúsa, além do Magazine Luiza. O boletim Focus também vai repercutir.
As atenções se voltam para as projeções de inflação e possível revisão em alta do PIB deste ano, após os resultados acima do esperado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br), das vendas do varejo, volume de serviços e da criação de vagas com carteira assinada em janeiro no país.
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Nesta segunda-feira (18), o mercado elevou de 0,4% para 0,6% a mediana para o crescimento do PIB de 2024 após a divulgação do IBC-BR de janeiro, apurou o Projeções Broadcast.
Sobre o Copom, além de mais um corte de 0,50 ponto porcentual da taxa Selic, a 10,75% ao ano, especulase que o colegiado possa abandonar nesta semana o “foward guidance” de cortes da mesma magnitude nas próximas reuniões. O noticiário fiscal segue também no foco.
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o entendimento do governo de que seria possível limitar o contingenciamento em 2024 a R$ 25,9 bilhões pode ser uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e à lei de finanças.
Em relação à reforma tributária, o grupo de trabalho paralelo do Congresso que discute a regulamentação do imposto seletivo apresentou, nesta segunda-feira (18), uma proposta que prevê metas para a aplicação do tributo, que tem o objetivo de taxar bens ou serviços nocivos ao meio ambiente e à saúde.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que a pasta enviará, nesta terça-feira (19), à Casa Civil um projeto de lei que trata da cobrança de impostos sobre aplicações financeiras. Já a proposta de tributação sobre dividendos ainda exige mais estudos, segundo o ministro.
Ambas as propostas, de acordo com ele, fazem parte do pacote de reforma tributária sobre a renda, que deve ser tratada em vários projetos distintos. Haddad disse ainda que a pasta estuda enviar ao Congresso Nacional dois projetos de leis complementares para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo promulgada no ano passado.
Agenda
O relatório de mercado Focus é o destaque local (8h30). Serão publicadas também a segunda prévia de março do IPC-S Capitais (8h) e o Monitor do PIB de janeiro (10h15).
O Tesouro faz leilão de LFT e NTN-B (11h). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em seminário (9h). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa das duas sessões do primeiro dia da reunião do Copom (10h30 e 14h).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com vários ministros durante o dia e participa da entrega do prêmio Mulheres das Águas (19h). A Frente Parlamentar do Empreendedorismo promove jantar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (19h30).
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No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza sessão (10h) e o plenário inicia discussão da PEC antidrogas, entre outros projetos (16h).
No exterior, estão previstos dados de construções de moradias iniciadas em fevereiro nos Estados Unidos (9h30). No Reino Unido, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, será sabatinado na Câmara dos Comuns (8h30) e na Câmara dos Lordes (12h) do Parlamento britânico. Na China, o Banco do Povo anuncia decisão de juros das LPRs de 1 e 5 anos(22h15).