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Mercado hoje: Vale (VALE3) e mais 3 assuntos para ficar bem informado nesta quarta-feira

Aversão a risco em Nova York e a variação das commodities podem dificultar uma recuperação do Ibovespa

Mercado hoje: Vale (VALE3) e mais 3 assuntos para ficar bem informado nesta quarta-feira
Painel do Ibovespa (Foto: Werther Santana/Estadão)

O mercado hoje traz os dados de produção industrial dos Estados Unidos, discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Tom Barkin e Christopher Waller e o Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed) antes da publicação de balanços da United Airlines (UAL) e Alcoa (AA). Na agenda econômica desta quarta-feira (17), investidores brasileiros acompanham o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) e o fluxo cambial semanal.

Ainda na agenda do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebe o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado, além de participar de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Rui Costa e José Múcio Monteiro.

O presidente Lula participa do encerramento da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e sancionará projetos de lei. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal pode votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante a autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central (BC), se houver acordo com reunião de líderes nesta manhã.

Confira os 4 assuntos mais importantes do mercado hoje

Bolsas internacionais

A valorização acentuada do iene ante o dólar chama atenção e sugere que o governo do Japão pode ter feito nova intervenção a favor de sua moeda, o que seria a terceira em uma semana. Dados recentes indicam que autoridades japonesas intervieram de forma agressiva no mercado cambial na quinta e sexta-feira (11 e 12), gastando mais de 5 trilhões de ienes nos dois dias.

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Além disso, o euro e a libra ganham força, após dados da inflação do Reino Unido acima do esperado e da zona do euro em linha com as previsões dos analistas em véspera de anúncio de decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). As expectativas majoritárias são de manutenção das taxas básicas na região. Em junho, o BCE cortou em 0,25 pontos-base sua taxa de juros de depósitos, para 3,75% ao ano – veja mais aqui.

As principais bolsas europeias operam sem direção única, com Paris e Frankfurt em baixa, mantendo o tom negativo da semana, em meio a uma forte queda de ações de semicondutores.

Em Nova York, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) de curto e médio prazos sobem moderadamente, enquanto os índices futuros das bolsas de Nova York recuam por uma realização de lucros, após o Dow Jones e S&P 500 atingirem novos recordes na terça-feira (16), com o mercado sacramentando a chance de o Federal Reserve  abrir o ciclo de relaxamento monetário em setembro, depois de relatório apontar estabilidade nas vendas do varejo dos Estados Unidos em junho.

Commodities

O petróleo oscila sem direção única, enquanto o minério de ferro caiu 2,66% na bolsa de Dalian, a US$ 110,75, em meio a incertezas sobre medidas de estímulos na China em meio à reunião anual de lideranças do país, que termina na quinta-feira (18).

Vale (VALE3)

Além da queda do minério na China, as ações da Vale devem reagir ainda aos dados de produção e vendas no segundo trimestre.

A produção de minério de ferro da mineradora aumentou 2,4% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, alcançando 80,598 milhões de toneladas (mt). Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério avançou 13,8%, informou a Vale em seu relatório de produção e vendas divulgado nesta terça-feira (16). Confira aqui como estavam as expectativas do mercado.

Apesar do aumento na produção, a Vale perdeu R$ 3 bilhões em valor de mercado na Bolsa no último pregão, contribuindo para a queda do Ibovespa, que interrompeu as 11 altas consecutivas, mas ainda sustentou os 129 mil pontos – veja mais aqui. Os papéis da mineradora encerraram o pregão em desvalorização de 1,05%, cotados a R$ 62,33, após oscilarem entre máxima a R$ 62,34 e mínima a R$ 61,37.

Mercado brasileiro

No mercado de juros, pode agradar a fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que garantiu que a convergência das expectativas para o centro da meta, de 3%, é uma “prioridade” da autoridade monetária. Ele afirmou, no entanto, que o aumento da incerteza e da adversidade exige que não haja um forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) do Comitê de Política Monetária (Copom).

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Já o presidente Lula afirmou, em entrevista à Record, que não é necessário uma lei para garantir independência ao Banco Central e pontuou que vai escolher sua indicação para a autoridade monetária “na hora certa”. Contudo, a alta dos rendimentos dos Treasuries pode se sobrepor no ajuste da curva de depósitos interbancários (DIs).

Segundo analistas, o impasse em torno do projeto da desoneração da folha, entre outras pendências fiscais, deve ainda continuar limitando o desempenho do real, da Bolsa e apoiando a renda fixa.

O ministro Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro o prazo para o Congresso e o governo federal chegarem a um acordo sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai criar uma comissão temporária para analisar uma reforma no sistema de cobrança de contribuição sobre a folha de pagamentos.

O mercado ainda aguarda o detalhamento sobre o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas que devem constar no Orçamento de 2025, a ser divulgado em breve pelo Ministério do Planejamento, além da magnitude do bloqueio ou contingenciamento que será incluído no terceiro relatório bimestral de receitas e despesas deste ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) deve se reunir nesta semana para tratar do tema e divulgar o quadro fiscal ao chefe do Executivo na semana que vem. O anúncio da próxima segunda-feira (22) é encarado no mercado hoje como um teste sobre o comprometimento efetivo do governo com a meta fiscal deste ano.

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*Com informações do Broadcast