- Uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) é a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores
- Por meio dos IPOs, as empresas se capitalizam para dar seguimento aos projetos de expansão ou até mesmo para pagar dívidas
- Entretanto, se por um lado os IPOs são ótimos negócios para empresas e intermediários, como bancos de investimento, para os investidores não se pode afirmar o mesmo
Uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) é a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores, ou seja, o momento em que os papéis são precificados e passam a ser negociados. Até maio deste ano, a B3 já recebeu pelo menos 22 novas companhias e outras 38 estão em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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Nas aberturas de capitais, os acionistas das companhias podem emitir novas ações e ofertá-las ao mercado (oferta primária) ou vender parte das ações que detém (oferta secundária), reduzindo ou saindo totalmente do negócio. Por meio dos IPOs, as empresas se capitalizam para dar seguimento aos projetos de expansão ou até mesmo para pagar dívidas.
Entretanto, se por um lado os IPOs são ótimos negócios para empresas e intermediários, como bancos de investimento, para os investidores não se pode afirmar o mesmo. Essa é a opinião de Felipe Ruiz, sócio-fundador da Ações Garantem Futuro (AGF), projeto que ensina a metodologia de investimentos usada por Luiz Barsi, um dos maiores investidores pessoas físicas da Bolsa.
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O especialista listou 4 motivos pelos quais entrar em uma oferta pública inicial pode ser uma roubada para investidores pessoas físicas. Veja cada um deles:
1 – Preços inflados
Segundo Ruiz, em momentos de otimismo no mercado é comum que o preço ofertado em um IPO seja exagerado. “Algumas empresas “inflam” seus balanços no período anterior à abertura de capital e, com a ajuda dos bancos, preparam um discurso centrado em suas ‘ótimas perspectivas de crescimento futuro’”, ressalta. “Assim, o preço da ação deixaria de ser em função do que a companhia efetivamente vale, para se tornar o que ela pode vir a valer caso o crescimento se concretize no futuro.”
2 – Falta de histórico da empresa
No momento do IPO, pode ser que não haja um histórico claro da empresa, já que a transparência de uma companhia de capital até então fechado geralmente é menor.“O histórico de distribuição de dividendos, bem como uma política de distribuições já consolidada, também inexiste. Além disso, nas aberturas de capital, sempre há uma assimetria de informações relacionadas à empresa que pesa a favor do controlador e contra o investidor”, explica Ruiz.
3 – Custos do IPO
O custo médio de um IPO é de 4,9% do valor captado na oferta inicial, de acordo com um estudo da Deloitte. Esse número incluiria despesas relacionadas ao processo de abertura de capital, comissões pagas aos bancos coordenadores da oferta e honorários de advogados e auditores. De acordo com Ruiz, ao final do processo quem acaba pagando essa conta não é a empresa, mas sim o investidor que decidiu comprar suas ações no IPO.
4 – Oportunidade pode estar no futuro
Na visão de Benjamin Graham, professor e mentor do megainvestidor Warren Buffett, alguns destes novos papéis podem acabar sendo excelentes compras no futuro. “Quando ninguém as quiser e elas puderem ser compradas por uma fração pequena de seu valor real”, afirmou o docente, no livro ‘O Investidor Inteligente’.
Ruiz concorda com essa visão. “O fato é que algum motivo deve haver para a habitual comemoração dos controladores, que sob uma chuva de papel picado, sempre sorriem enquanto tocam a campainha que simboliza a abertura de capital de suas empresas na bolsa”, conclui.
Carteira de IPOs em 2021 tem retorno negativo
A plataforma SmartBrain, por meio da ferramenta ‘consolidador advisor’, criou uma ‘carteira’ com os papéis das 22 companhias que realizaram IPOs em 2021. A rentabilidade anual da carteira está em -5,24%, após uma queda acumulada de 20,43% entre janeiro e março, e uma recuperação de 16,58% entre abril até 18 de junho. No mesmo período, o Ibovespa subiu 8,27%.
“O estudo não é uma recomendação de investimentos – pelo contrário. Demonstra que essa estratégia não gerou uma rentabilidade atrativa nesse início de ano”, afirma a SmartBrain, em comunicado à imprensa. “Os dados vistos no Advisor mostram que a performance dos IPOs em si, inclusive casos que movimentaram bilhões de reais, não são necessariamente indicativos de que uma ação terá bom rendimento mesmo no curto ou médio prazo.”
Carteira de IPOs em 2021 (SmartBrain) | |
Ativo | Data de conclusão do IPO |
ALLD3 – Allied Tecnologia | 12/04/2021 |
BLAU3 – Blau Farmaceutica | 19/04/2021 |
BMOB3 – Bemobi Tech | 10/02/2021 |
CMIN3 – CSN Mineração | 18/02/2021 |
CSED3 – Cruzeiro do Sul Educacional | 11/02/2021 |
CXSE3 – Caixa Seguridade | 20/04/2021 |
ELMD3 – Elemidia | 17/02/2021 |
ESPA3 – Espaço Laser | 01/02/2021 |
GGPS3 – GPS Participacoes e Empreendimentos | 26/04/2021 |
HBRE3 – HBR Realty | 26/01/2021 |
INTB3 – Intelbras | 04/02/2021 |
JALL3 – Jalles Machado | 08/02/2021 |
MATD3 – Mater Dei | 16/04/2021 |
MBLY – Mobly | 05/02/2021 |
MODL11 – Banco Modal | 30/04/2021 |
MOSI3 – Mosaico Tecnologia | 05/02/2021 |
OPCT3 – Oceanpact Serviços Marítimos | 12/02/2021 |
ORVR3 – Orizon Valorizacao de Residuos | 17/02/2021 |
POWE3 – Focus Energia | 08/02/2021 |
SOJA3 – Boa Safra Sementes | 29/04/2021 |
VAMO3 – Vamos Locação | 29/01/2021 |
WEST3 – Westwing Comercio Varejista | 11/02/2021 |