- A indústria de fundos multimercados enfrenta um período complexo em 2024
- Além da continuidade nos saques -- que já somam R$ 41,3 bilhões no ano e R$ 171,6 bilhões em 12 meses -- a revisão de expectativas pôs à prova as principais teses de gestores
A indústria de fundos multimercados enfrenta um período complexo em 2024. Além da continuidade nos saques – que já somam R$ 41,3 bilhões no ano e R$ 171,6 bilhões em 12 meses – a revisão de expectativas pôs à prova as principais teses de gestores.
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Por exemplo, o início dos cortes de juros nos Estados Unidos não aconteceu no primeiro trimestre deste ano, como era esperado, e até hoje não se tem total visibilidade de quando começará o afrouxamento monetário americano. O real também não se fortaleceu, conforme as perspectivas, e os riscos fiscais se acentuaram. Tudo isso impactou os fundos multimercados.
“Muitos multimercados perderam bastante em posições aplicadas (apostas na queda) em juros, tanto lá nos EUA quanto no Brasil. Também tínhamos visto no início do ano vários gestores serem vocais em posições compradas em real”, diz Alexandre Costa, analista de fundos da Empiricus Research.
O Índice de Hedge Funds (IHFA), parâmetro para a classe, acumula queda de 0,02% no ano. Este indicador é composto por 331 fundos – entre estes, somente 20 (6,04%) registram retornos acima do CDI, de 3,98%. O pior mês do IHFA foi abril, quando o indicador caiu 1,49%.
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Entre estes, o que desponta em rentabilidade é o “Itaú Seleção Multifundos Equities Investimento no Exterior”, da Itaú DTVM. O produto, focado em investimentos no exterior, acumula alta de 15,82% no ano.
Já o que acumula a maior perda, de 15,3%, é o “Studio Long Bias FIC FIM”. Somente em abril, pior mês para a indústria, a aplicação apresentou retorno negativo de 15,22%. Na contramão do fundo do Itaú, o Studio Long Bias é 73,6% exposto a empresas cíclicas e domésticas, de acordo com informações do relatório de desempenho publicado em abril.
“A subclasse de multimercado que está se destacando no ano é a de investimentos específicos, o que não nos ajuda a tirar nenhuma conclusão, e os voltados ao mercado internacional”, afirma Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital. Em nota, a gestora Studio Investimentos afirmou que, apesar de ser um multimercado, a aplicação está primordialmente no mercado de ações. Portanto, a performance deve ser analisada considerando os riscos inerentes ao mercado acionário, diferentemente de outros fundos multimercados, que podem ter uma diversificação maior entre diferentes classes de ativos.
“É importante contextualizar a performance do fundo no longo prazo. O Studio Long Bias FIC FIM possui um histórico de pouco mais de dois anos e, durante esse período, apresentou um retorno acumulado de 61,3%, comparado a um retorno de 6,9% do Ibovespa (do início do fundo em 31/03/22 até 16/05/24). Esse desempenho demonstra a capacidade do fundo de gerar valor no longo prazo, apesar das eventuais flutuações de curto prazo”, diz a Studio.
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