Publicidade

Mercado

O que esperar das ações da Azul (AZUL4) após forte desvalorização

Papel deve valorizar no médio e longo prazo, mas por enquanto ainda é volátil, dizem especialistas

O que esperar das ações da Azul (AZUL4) após forte desvalorização
Foto: Sergio Moraes/Reuters
  • Fundada no final de 2008, a Azul conta atualmente com uma malha aérea que atende mais de 100 destinos, tanto nacionais como no exterior
  • Papéis da empresa tiveram forte queda no ano, assim como os de todas as outras do setor por consequência da pandemia de covid-19
  • Especialistas acreditam que AZUL4 deve se valorizar no médio e longo prazo devido ao bom gerenciamento de caixa

Com capital aberto desde abril de 2017, a Azul (AZUL4) viu seu papel ter forte valorização em 2019, encerrando o ano com alta de mais de 50%. Porém, com a pandemia de covid-19, que impôs severas restrições sociais, a ação da empresa despencou, assim como a de todas as outras do setor ao redor do mundo.

Em 2020, o papel acumula queda de 62,99% até o fechamento do mercado desta quinta-feira (20). A desvalorização foi tanta que a alta superior a 160% desde seu IPO até o período pré-crise foi revertida. Atualmente a ação tem baixa histórica de 6,18%.

“A Azul vinha com um crescimento muito forte, mas o cenário de pandemia fez o setor ser um dos mais afetados no mundo, com a demanda por passagens aéreas caindo drasticamente”, diz Flávia Meireles, analista de research da Ágora Investimentos.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Pelo fato do setor aéreo ter sido um dos mais impactados pela crise, o E-Investidor questionou os leitores sobre qual empresa merecia uma análise, e a Azul venceu a enquete com 44,2% dos votos.

Como o mercado analisa a situação da empresa?

A grande preocupação em relação às empresas do setor aéreo no momento da pandemia é o quão bem elas administram seu caixa. Com altos custos para manter a companhia viva e sem sua fonte de renda que são as viagens, a situação do caixa é fundamental para saber se a Azul tem condições de sobreviver ao momento.

“Há uma grande imprevisibilidade sobre a volta da demanda no setor e um bom caixa é fundamental para conseguir atravessar a pandemia, pois se as pessoas não podem sair de casa, quem dirá viajar”, afirma Ricardo Campos, sócio e CIO da Reach Capital.

Neste cenário, os especialistas ressaltam que a Azul fez um bom trabalho de redução de custos para preservar seu caixa e ao que tudo indica a empresa tem capacidade para aguentar a crise até a demanda voltar.

Publicidade

Entre as medidas estão a negociação de cortes salariais, renegociação de dívidas, adiamento da renovação da sua frota e de investimentos não essenciais, entre outros. Ademais, ainda é esperado o pacote de socorro do governo às empresas do setor, que deve fornecer R$ 3 bilhões para a Azul em linha de crédito do BNDES.

“Essas medidas foram boas e o resultado positivo disso nós vemos no balanço trimestral da Azul”, diz Meireles, da Ágora. A empresa encerrou o 2T20 com caixa de R$ 2,3 bi, valor maior do que era projetado.

Segundo a companhia, é esperada a queima diária de caixa no valor de R$ 3 milhões até o final de 2020. “A Azul conseguiu uma boa economia de caixa com as medidas. Com esse equilíbrio, tem capacidade de aguentar mais tempo a pandemia para fazer o negócio voltar”, comenta Campos.

O que esperar da AZUL4?

Apesar de a Azul mostrar uma boa resiliência, a crise continua e a ação ainda deve ter muito volatilidade. “Ninguém sabe até quando a pandemia vai durar, ainda se tem muitas dúvidas em relação ao controle e a eficácia da vacina”, diz o sócio da Reach Capital.

Além disso, os especialistas salientam que a empresa tem grande parte da sua receita atrelada às viagens corporativas, o que pesa como um fator negativo para a companhia na retomada.

Publicidade

“A demanda corporativa vai ser baixa quando tudo voltar, pois a tendência é que muitas reuniões continuem sendo por plataformas on-line e a Azul vai ter que se adaptar ao novo cenário”, afirma Meireles.

Porém, a companhia também tem pontos positivos que a diferencia de seus concorrentes, como a parceria exclusiva com o Mercado Livre para transporte de cargas. “A empresa gera uma receita muito grande disso e deve aumentar a estratégia”, comenta Campos.

Ao que tudo indica, portanto, a Azul deve conseguir superar a crise, mas ainda há riscos para de fato consolidar sua recuperação. “Nossa visão é positiva para o médio e longo prazo, mas lembrando que no curto a companhia ainda pode sofrer”, diz Meireles.

A Ágora Investimentos têm recomendação de compra para AZUL4 e preço-alvo de R$ 23. Atualmente o papel está cotado em R$ 21,57. “Se a empresa atingir o preço, mas continuar mostrando preservação de caixa e o número de voos começar a subir, a gente deve revisar o preço para cima”, ressalta Meireles.

Publicidade

Web Stories

Ver tudo
<
Cursos, passagens aéreas e cashback: confira as promoções da Black Friday do mercado financeiro
Como usar o Tesouro IPCA + 7% para aumentar a sua aposentadoria
Antecipação do 13º salário vale a pena?
Até 100% de desconto: carro elétrico tem isenção de IPVA no DF e em mais 5 Estados; saiba como pedir
Salário baixou? Conheça 5 países que reduziram jornada de trabalho
O retorno de Trump pode afetar as suas futuras viagens e investimentos?
Quanto você pode receber de cashback das contas de água, internet e luz?
A rua mais cara do mundo fica no Brasil? Descubra
13º salário: quem não tem direito ao pagamento?
Estas moedas de 50 centavos podem valer R$ 5 mil; veja se você tem em casa
Como Warren Buffett ganhou US$ 282 milhões com o Nubank?
Nem aquecedor, nem ar-condicionado: estes truques vão aquecer a casa sem pesar a conta de luz
>

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos