O que este conteúdo fez por você?
- O primeiro pregão do mês de junho foi bastante positivo para as ações do setor de varejo da B3
- Porém, para aproveitar esse rali e colocar o varejo nas carteiras de investimento, é preciso cautela
- O E-Investidor conversou com 6 corretoras para entender quais são as suas preferências entre as ações de varejo na Bolsa
O primeiro pregão do mês de junho foi bastante positivo para as ações do setor de varejo da B3. Depois de um mês de maio de altas generalizadas na Bolsa, fruto da expectativa pela redução da taxa de juros no segundo semestre, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do País nesta quinta-feira (1) deu ainda mais gás nos ativos ligados à economia doméstica.
Leia também
O PIB cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o trimestre anterior, um sinal de que a economia segue resiliente. Tudo isso se une aos dados também positivos sobre a geração de vagas de trabalho e do desemprego no Brasil, divulgados na quarta-feira (31), e que também foram bem recebidos pelo mercado.
“Tudo isso deve sustentar o consumo das famílias no curto prazo. Por isso os papéis de varejo e consumo estão subindo forte”, explica Flávia Meirelles, analista da Ágora Investimentos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Essa combinação de fatores coloca de volta no radar de investidores ações de setores que estavam há muito tempo apanhando na Bolsa. Mas para aproveitar esse rali e colocar o varejo nas carteiras de investimento é preciso cautela, destaca Meirelles.
Apesar das boas perspectivas de curto prazo para as ações ligadas a consumo, mesmo que haja uma redução da Selic, a projeção do mercado é de uma taxa de dois dígitos até o fim do ano – um patamar ainda alto que pode prejudicar o lucro das companhias varejistas, já que o crédito fica mais caro. Por isso é preciso escolher empresas de qualidade, menos endividadas, que conseguem navegar melhor por esse cenário.
O E-Investidor conversou com 6 corretoras para entender quais são as suas preferências entre as ações de varejo na Bolsa. Confira:
Ágora Investimentos
- Top Pick: Arezzo (ARZZ3)
- Preço-alvo: R$ 90
Nos últimos dias, as ações do varejo têm se beneficiado dos dados positivos de atividade econômica e perspectivas de cortes na taxa de juros Selic. Entretanto, apesar do fôlego recente, a Ágora Investimentos ainda está cautelosa com o setor. “Mesmo que venham cortes na Selic esse ano, a taxa deve ficar no nível de 12,5%, ainda alto para o varejo”, afirma Flávia Meirelles, analista da corretora.
Por isso, a casa indica a compra de ações de varejistas mais resilientes e pouco endividadas. A principal recomendação da Ágora no setor são os papéis da Arezzo, com preço-alvo de R$ 90. Essa projeção significa um potencial de alta de 17% em relação à cotação registrada no fechamento de quinta-feira (1), de R$ R$ 76,91.
Ativa Investimentos
- Top Picks: Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3)
- Preços-alvo: SOMA3 – R$ 17,40 e ARZZ3 – R$ 105,70
Para a Ativa Investimentos, as Top Picks do setor de varejo são Grupo Soma e Arezzo. Segundo Pedro Serra, analista de research da Ativa Investimentos, as duas companhias conseguem performar bem, mesmo em ciclos econômicos desfavoráveis.
Publicidade
Isto acontece em função do público alvo dessas companhias, que são consumidores de alta renda – cujo consumo é menos afetado por fatores macroeconômicos, como juros altos e inflação, por exemplo. Entre as duas, a Soma ainda tem perspectivas mais positivas.
“Entre as principais empresas de moda listadas em Bolsa, os papéis do Grupo Soma são os que oferecem o maior upside, com maiores vias de crescimento”, afirma Serra. A aquisição da Hering pela Soma também trouxe benefícios de diversificação de público à companhia. “Conseguiu se inserir em um mercado com outra faixa de renda, diferente das antigas marcas.”
Guide Investimentos
- Top Pick: Arezzo (ARZZ3)
- Preço-alvo: R$ 110
A Top Pick do setor de varejo da Guide Investimentos também é a Arezzo. Segundo a corretora, a empresa possui um modelo de negócios inteligente, com uma eficiência operacional que reduz custos e a necessidade de constantes investimentos.
“Além disso, vale ressaltar o ritmo de aquisições e parcerias firmadas pela companhia nos últimos meses, especialmente voltadas a uma maior digitalização e “multicanalidade” nos canais de vendas do portfólio, o que nos torna otimista quanto às expectativas de crescimento orgânico”, afirma a Guide, em relatório.
O preço-alvo da corretora para as ações ARZZ3 é R$ 110, o que significa um potencial de alta de 43% em relação ao preço de fechamento de quinta-feira (1), de R$ 76,91.
Itaú BBA
- Top Pick: Grupo Soma (SOMA3)
- Preço-alvo: R$ 12,0
A ação do Grupo Soma foi a mudança mais recente na carteira Top 5 do Itaú BBA. Os analistas Victor Natal e Paulo Folha destacam, em relatório, que apesar de o papel já ter subido 22% apenas em maio, ainda há espaço para valorizações de curto prazo.
Publicidade
“SOMA3 ainda nos parece razoavelmente descontada e acreditamos que é o melhor veículo para se expor ao setor de varejo e consumo”, destacam.
Toro Investimentos
- Top Picks: Arezzo (ARZZ3) e Vivara (VIVA3)
- Preços-alvo: ARZZ3 – R$106,76 e VIVA3 – R$36,62
Para a Toro Investimentos, as duas principais oportunidades no varejo são Arezzo e Vivara. Por atuarem no setor de alta renda, estas companhias são consideradas resilientes em cenários adversos, com juros e inflação altos, como é o caso atual. Já em momentos de boa atividade econômica, ganham vantagens competitivas frente às concorrentes.
“A Arezzo possui uma estrutura operacional robusta e uma estratégia eficiente de alocação de capital através de aquisições que trazem sinergias para o negócio. Em relação à Vivara, a companhia vem apresentando avanços no Life (segmento de joias à base de prata) dentro da marca, aumentando o volume do mix de produtos vendidos e ganhando share”, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.
O preço-alvo da Toro para as ações da Arezzo é R$ 106,76, o que representa um potencial de alta de 38% em relação ao fechamento de quinta-feira (1). Para os papéis da Vivara, o preço-alvo é R$ 36,62, ou seja, um potencial de valorização de 39% em relação ao pregão de quinta-feira (1).
XP Investimentos
- Top Picks: Grupo Mateus (GMAT3), Soma (SOMA3) e Vivara (VIVA3)
- Preços-alvo: GMAT3 – R$ 10, SOMA3 – R$ 14 e VIVA3 – R$ 28
Danniela Eiger, head de Varejo da XP, indica ações de três empresas como as principais recomendações do setor. A primeira é do Grupo Mateus, em função da companhia estar em um setor resiliente, que é o varejo alimentar, e expandindo a atuação na região norte e nordeste.
“E eles estão melhor posicionados em relação à competição. No sul e sudeste, teve uma forte onda de expansão e como o Grupo Mateus está no norte e nordeste, acaba não sendo impactado por isso”, afirma Eiger.
Publicidade
A segunda recomendação são os papéis do Grupo Soma, cujos resultados devem ser impulsionados em 2023 pela reestruturação da Hering. Já a Vivara possui a característica de ser resiliente, pois atua no setor de jóias, considerado defensivo em cenários adversos.
O preço-alvo para as ações do Grupo Mateus é R$ 10, o que significa um potencial de alta de 33,3% em relação ao último fechamento. Para Soma e Vivara, os preços-alvos são de R$ 14 e R$ 28, que representam potenciais de valorização de 32% e 6,5%, respectivamente.