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Mercado

Petroleira surpreende por dividendos turbinados e vira alternativa a Petrobras (PETR4)

Itaú BBA e Santander já alertaram para o potencial de ganho com esta junior oil, com espaço para proventos atrativos e melhora na produção da companhia

Petroleira surpreende por dividendos turbinados e vira alternativa a Petrobras (PETR4)
Analistas estimam dividendos de até 15% para a PetroReconcavo (Foto: Adobe Stock)

A PetroReconcavo (RECV3) chama a atenção de analistas do mercado financeiro. Nesta semana, a companhia foi avaliada em relatórios do Itaú BBA e Santander. As duas casas estimam o pagamento de bons dividendos aos acionistas e possuem classificação de outperform para a empresa, que é equivalente a compra. Para o investidor que se sente inseguro com Petrobras (PETR3; PETR4), a junior oil – como são chamadas as petroleiras menores – surge como alternativa.

No caso do Itaú BBA, o otimismo está relacionado com a combinação de baixa alavancagem e forte geração de caixa, que permitirá à petroleira oferecer um pagamento de dividendos atrativo no curto prazo. “A empresa já anunciou um rendimento de 7% no final de maio, concentrando-se na melhoria da resiliência das operações e explorando continuamente o mercado em busca de oportunidades”, explicam Monique Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim, que assinam o relatório do Itaú BBA.

Em meio a essas estimativas, o Itaú BBA acredita que a PetroReconcavo pode pagar cerca de 7,4% do seu valor de mercado em dividendos em 2024 — a métrica é conhecida como Dividend Yield (DY). Para 2025, a projeção é de um dividend yield de 5,9% e para 2026, os analistas esperam um dividendo de 6,8%.

O Santander, por outro lado, é mais generoso. Os especialistas estimam que a empresa deve apresentar um dividend yield de 10% em 2024 e de até 15% em 2025. Os analistas avaliam que a companhia tende a ter um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) R$ 1,8 bilhão em 2024 e de R$ 2,3 bilhões em 2025. A expectativa para 2024 equivale a um crescimento de 41,7% em relação ao Ebitda de R$ 1,27 bilhão no acumulado de 2023. Para 2025, a projeção é de crescimento de 81% do Ebitda em relação a 2023.

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Essa alta tende a vir de vários fatores, como um impacto mais limitado de preços mais baixos do petróleo, reduções de estoques de capital, além da economia da empresa em custos com a Unidade de Tratamento de Gás de São Roque, inaugurada no fim de 2023. Com um Ebitda mais elevado, os analistas dizem acreditar que a empresa deve entregar um Fluxo de Caixa Livre (FCL) de R$ 900 milhões em 2024 e de R$ 1,3 bilhão em 2025.

Já o rendimento do Fluxo de Caixa Livre deve ficar em 16% em 2024 e em 23% em 2025. O Fluxo de Caixa Livre é o dinheiro que fica em caixa e que normalmente está relacionado ao pagamento de dividendos. “Devido à baixa alavancagem da empresa, acreditamos ser razoável esperar dividendos adicionais no segundo semestre de 2024”, dizem Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, que assinam o relatório do Santander.

Embora os analistas do Itaú BBA projetam um dividend yield inferior ao estimado pelo Santander, eles concordam que o Fluxo de Caixa Livre da empresa tende a ser elevado. Monique Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim contabilizam que a PetroReconcavo tende a ter um Fluxo de Caixa de 16,7% em 2024, de 22,6% em 2025 e de 27,6% em 2026.

Queda do petróleo pode atrapalhar a PetroReconcavo?

Na avaliação de Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, se a preocupação do acionista se concentra na geração de caixa das petroleiras, e consequentemente em seus proventos, este momento ainda não chegou. Segundo ele, a baixa na cotação do petróleo, observada nas primeiras negociações de junho, é uma “volatilidade normal”. França lembra que no início da semana a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) anunciou um plano de redução dos cortes de produção em outubro, apesar de preocupações com as expectativas para demanda.

“Isso acabou levando a um tipo de correção no preço do petróleo, mas já estamos vendo uma recuperação, com o barril voltando a ser negociado próximo a US$ 80”, aponta. A exemplo disso, o Brent nesta quarta-feira (12) fechou a US$ 82,60. “Naturalmente, as commodities passam por uma volatilidade, mas entendemos que as condições de mercado continuam favorecendo a manutenção dos preços em um nível saudável para as petroleiras.”

Ação da PetroReconcavo sofreu e agora está atrativa

A questão da queda do preço do petróleo tende a ser vista de fato como um impacto limitado nas ações da companhia. Os analistas do Itaú BBA lembram que a PetroReconcavo enfrentou uma tempestade perfeita nos últimos meses, a qual impactou sua atuação no campo potiguar e no estado da Bahia.

Esse impacto gerou uma limitação temporária de escoamento e comercialização de petróleo. Na visão dos especialistas, essas questões atrasaram os planos da empresa para aumentar a produção desses ativos e desviou a companhia de sua confiabilidade de execução, sendo muito reconhecida.

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No entanto, os analistas reforçam que o mercado penalizou muito a companhia devido a esses problemas. No acumulado de 2024, as ações da PetroReconcavo recuam 8,5% indo de R$ 21,72 em 28 de dezembro de 2023 para R$ 18,61 no fechamento de quarta-feira (12). Os analistas, no entanto, lembram que esses problemas já foram superados, mas ainda não refletem no valor da ação, tornando o papel atraente para o investidor.

“Depois de um primeiro trimestre desafiador, a empresa espera acelerar o plano de desenvolvimento avançando e atingir melhores níveis de produção, o que pode melhorar os números financeiros”, apontam os analistas do BBA.

Os analistas do Santander também dizem acreditar que esse problema ficou para trás. Eles estimam que a companhia terá uma melhora em sua produção diária de petróleo, mas ainda de forma conservadora. A estimativa para 2024 é de uma produção média de 27 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Já para 2025, a projeção é de uma produção de 29 mil boed.

Esse conservadorismo acontece pelo fato de a produção acumulada no ano estar abaixo da média, em 26 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). “Esperamos que a PetroReconcavo continue focada na perfuração nos estados da Bahia e Rio Grande do Norte, apoiada pelas sondas PR-21 e PR-04, com o recondicionamento de poços danificados”, apontam Almeida e Muniz.

Com base nas estimativas e pelo fato da ação ser considerada atrativa no quesito pagamento de dividendos, o Itaú BBA classifica a ação da PetroReconcavo como outperform, desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra. O preço-alvo foi reduzido de R$ 37 para R$ 30 devido à volatilidade que o papel teve nesse primeiro semestre. A estimativa ainda equivale a uma alta de 61,2% na comparação com o fechamento do papel na última quarta-feira (12), quando a ação encerrou o pregão com o papel cotado a R$ 18,61.

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O Santander também manteve sua classificação de outperform para PetroReconcavo. A classificação é equivalente à recomendação de compra. Assim como o BBA, os analistas cortaram o preço-alvo, que foi de R$ 26 para R$ 23 para o fim de 2024. O novo preço-alvo equivale a uma potencial alta de 23,5% na comparação com o fechamento de quarta-feira (12).