O avanço para uma combinação de negócios com a Cobasi tem imputado ganhos expressivos às ações ordinárias da Petz (PETZ3). Nesta segunda-feira (22), o papel conseguiu superar a cotação de R$ 5 pela primeira vez desde setembro do ano passado. Ainda assim, bem aquém dos R$ 16 do IPO, em setembro de 2020.
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Na avaliação de Gabriel Bassotto, analista-chefe Simpla Club, mesmo que a empresa volte a divulgar resultados crescentes, é difícil imaginá-la retornar àquele patamar, tendo em vista que a taxa de juros subiu muito em relação ao ano de 2020, quando a Selic fechou em 2%, favorecendo empresas de crescimento, como é o caso de Petz.
“Por si só, isso já será muito difícil e, além do mais, os resultados da Petz não conseguem se concretizar nos patamares que se projetava há alguns anos”, destaca Bassotto, considerando que a margem de lucro da empresa também caiu muito e o fluxo de caixa já não é mais tão forte como antes. “Então, é preciso colocar tudo isso na balança para entender por que as ações caíram tanto desde então”, ressalta.
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Na sexta-feira (19), após a empresa confirmar memorando de entendimentos não vinculante (MoU) para uma possível fusão, informação que foi antecipada pelo Broadcast, a ação valorizou de 37,14%, chegando a encostar em 50% no meio do pregão. Hoje, o papel ampliou esses ganhos em 11,25%.
O que chama a atenção também nas negociações envolvendo Petz é o aumento da taxa de aluguel em cima do papel, que pulou de 7% ao ano na quinta-feira (18) para 13% ao ano, nesta segunda-feira. “São 89,4 milhões de ações, 27,2% do float [parcela das ações disponível para livre negociação no mercado]”, destaca Hugo Queiroz, sócio diretor da L4 Capital.
Com a alta da sexta-feira, as posições vendidas aumentaram em relação à quinta-feira (18), com o mercado alugando [a ação] a taxas mais altas, acrescenta Gabriel Simon, analista da Ajax Asset. “Uma maior demanda pela operação de aluguel denota que mais investidores apostam na queda da ação e pode vir a gerar um short squeeze”, diz Felipe Pontes, diretor de Gestão de Recursos da Avantgarde Wealth Management.
Para Bassotto, contudo, a combinação de negócios com a Cobasi, se confirmada, será bem interessante do ponto de vista especialmente das sinergias, incluindo as despesas gerais e administrativas, além de rota de distribuição e e-commerce. “Com uma única empresa, será possível rentabilizar melhor a logística e reduzir o tempo de entrega, fidelizando clientes”, destaca.
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Operacionalmente falando, acrescenta o analista da Simpla, a empresa tende a melhorar bastante com a fusão. “Mas ainda assim, é cedo para cravar um resultado”, pondera, considerando ainda a complexidade na integração da cultura das duas empresas, citando como exemplo o que aconteceu com Fleury/Padini e Hapvida/Notredame, no setor de saúde.