As ações do Magazine Luiza (MGLU3) avançavam nesta quinta-feira (25) após o ativo registrar uma sequência de quedas em sete pregões consecutivos, acumulando uma baixa de 18,6%. No fechamento desta quinta-feira, as ações ordinárias da empresa, que estavam subindo 0,17%, para R$ 11,69 e, na máxima, chegaram a R$ 11,93, uma alta de 2,2%, mas acabaram no negativo: cederam 0,51%, a R$ 11,61.
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A última vez que os papéis da companhia subiram na Bolsa foi no dia 15 de julho. Naquela data, as ações avançaram 3,3% e terminaram o pregão a R$ 14,33. A varejista passou por uma boa fase nas últimas semanas. A virada aconteceu após a companhia da família Trajano fechar um acordo com o AliExpress para vender produtos da China na plataforma do marketplace da varejista brasileira. O acordo também prevê a venda de produtos do Magalu aqui no Brasil no site do AliExpress.
A medida foi anunciada no dia 24 de junho. No pregão anterior ao anúncio, as ações do Magazine Luiza eram cotadas a R$ 10,83. Entre o pregão anterior ao acordo e o dia 15 de julho, os papéis da empresa, que atua no setor de e-commerce, saltaram 32,3%. Analistas do mercado financeiro viram a notícia como positiva.
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Para Flávia Meireles, da Ágora Investimentos, a notícia foi positiva porque ampliou o sortimento do Magazine Luiza, aumentando a gama de produtos vendidos no marketplace da empresa. “Essa notícia amplia o sortimento do Magalu, visto que atualmente a maioria dos itens que o Magalu vende são produtos de linha branca, que são eletrodomésticos e eletroeletrônicos”, aponta Meireles.
Já os analistas da Ativa Investimentos enxergam o acordo como positivo, mas afirmam que dificilmente ele irá aumentar a competitividade do Magalu diante de concorrentes como Mercado Livre e Amazon. A XP Investimentos tem um pensamento similar ao da Ativa, principalmente após a aprovação dos impostos de importação para produtos menores vindos da China.
“No entanto, também acreditamos que o anúncio sinaliza que o cenário competitivo e as perspectivas de crescimento dos marketplaces estrangeiros estão mais desafiadores no País, com a consolidação como um movimento para lidar com o imposto de importação recentemente aprovado e a chegada do Temu, outro site de comércio eletrônico chinês”, argumentam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório da XP.
O que fazer com as ações do Magazine Luiza agora?
Ainda que a ação do Magazine tenha ido bem nas últimas semanas, o consenso dos especialistas é unânime: o investidor não deve comprar as ações do Magazine Luiza.
Flávia Meireles, da Ágora Investimentos, afirma que nada muda de modo geral para o Magazine Luiza em relação ao lucro e à receita. “Como não temos muitos dados quantitativos desse acordo, não temos como estimar alguma mudança. Caso saiam mais detalhes, poderíamos estimar qual seria o impacto no Volume Bruto de Mercadorias (VGM, na sigla em inglês). Como não temos, nossa recomendação continua a mesma”, diz Meireles.
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A Ágora tem recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 30 para os próximos 12 meses, uma alta de 109,3% em comparação ao fechamento de quarta-feira (24), quando a ação encerrou o pregão a R$ 14,33. A XP Investimentos também tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 25 para os próximos 12 meses, uma alta de 74,45% em relação ao fechamento de quarta-feira.
A Ativa Investimentos também não recomenda compra e classifica o papel como neutro. A corretora, no entanto, está menos otimista e calcula um preço-alvo de R$ 17,40, uma potencial valorização de 21,42% na mesma base de comparação.
Luan Alves, analista-chefe da VG Research, reforça que, além da notícia não trazer informações concretas para novas estimativas, o cenário macroeconômico segue desafiador com o aumento das expectativas de inflação e a interrupção do ciclo de queda na taxa de juros. “Apesar de positiva a parceria, seguimos cautelosos com a companhia e mantemos nossa recomendação neutra para o Magazine Luiza (MGLU3)”, conclui Alves.