

A PRIO (PRIO3) divulgou na noite desta quinta-feira (14) seu balanço do quarto trimestre de 2024. A companhia reportou lucro líquido de US$ 1,074 bilhão no quarto trimestre de 2024, uma alta de 231% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Mesmo com a disparada do lucro, analistas do mercado financeiro dizem que a empresa reportou resultados sem brilho e dentro do esperado. Ainda assim, o otimismo toma conta do mercado, que recomenda compra para o papel em meio à disparada do ativo.
Às 14h23, as ações da PRIO subiam 7,26%, a R$ 39,16. Para os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, a companhia apresentou números “sem brilho e nenhuma surpresa” no relatório de certificação. No lado positivo, eles destacam que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou 6% acima da projeção do Bradesco BBI e do consenso, mesmo após o indicador recuar 2% na comparação entre o quarto trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2023 e encerrar o ano a US$ 322 milhões.
“O lucro líquido chegou a US$ 1,1 bilhão (estimávamos US$ 95 milhões), alimentado pelo reconhecimento de créditos fiscais da Dommo que ainda estavam fora do balanço. A geração recorrente de caixa chegou a US$ 299 milhões, impulsionada por US$ 184 milhões na liberação de capital de giro relacionada à entrada de caixa de recebíveis, enquanto em 2024 somou US$ 879 milhões (16% do valor de mercado da companhia)”, dizem Vicente Falanga do Bradesco BBI e Ricardo França da Ágora Investimentos.
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A Genial Investimentos diz que o Ebitda da PRIO foi menor devido aos desafios operacionais e ao fato de o Brent ser negociado a um patamar menor que o ano anterior, abaixo de US$ 75. Eles comentam que os números foram ligeiramente abaixo do consenso e a empresa enfrenta impasses para aumentar sua eficiência.
Ainda assim, lembram que a empresa reportou capital de giro positivo de US$ 184 milhões, mas preferem excluir da conta uma aquisição realizada pela PRIO, um efeito não recorrente, para ter um número mais puro. Com isso, os analistas estimam que a empresa entregou uma geração de caixa livre de aproximadamente US$ 130 milhões. “Dessa forma, se anualizarmos, encontramos uma geração de caixa de cerca de 9% em relação ao seu atual valor de mercado. Resultado em linha com o passado recente da companhia”, dizem Vitor Sousa e Ricardo Bello, que assinam o relatório da Genial.
Para a Ativa Investimentos, apesar dos menores preços do barril na comparação entre o quarto trimestre de 2024 e o terceiro trimestre de 2024, as maiores vendas na comparação trimestral fizeram a PRIO entregar receitas acima do que a corretora projetava. A PRIO reportou R$ 2,98 bilhões em receitas no quarto trimestre de 2024, 6,6% acima dos R$ 2,8 bilhões esperados pela Ativa.
O especialista lembra que a aquisição de Peregrino e os preparativos para Wahoo fizeram a PRIO observar um aumento do seu endividamento, medido pela alavancagem, de 0,5 vez no terceiro trimestre de 2024 para 1,2 vez no quarto trimestre de 2024. “A companhia também lançou um novo relatório de certificação de reservas, com 100% do 1º óleo de Wahoo previsto para o 2º semestre de 2025, o aumento de produção em Albacora Leste adiado para 2027, um novo poço em Frade e dois novos em Polvo. Acreditamos que o mercado recepcionará esta atualização de forma neutra”, diz Ilan Arbetman, que assina o relatório da Ativa.
O que esperar da ação da PRIO em 2025?
Os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI dizem que o mercado já esperava uma produção menor no curto prazo, dados os atrasos no processo de licenciamento de Wahoo e o esgotamento da produção de Frade mostrado no ano passado. Por isso, eles não esperam que a Certificação desencadeie uma reação negativa da ação da PRIO.
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“Ao fatorar os números da Certificação atual para produção e investimentos em nossos modelos, nosso preço-alvo de fato aumentaria, o que mostra que a certificação atual é um pouco mais otimista do que o esperado e não implica nenhuma deterioração de valor”, dizem Vicente Falanga do Bradesco BBI e Ricardo França da Ágora Investimentos, que assinam o relatório conjunto.
A Ágora Investimentos tem recomendação de compra para a ação PRIO3 com preço-alvo de R$ 61 para o fim de 2025, alta de 67,1% na comparação com o fechamento de quinta-feira (13), quando a ação encerrou o pregão a R$ 36,50. A Genial tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 70, crescimento de 91,78% na comparação com o último fechamento.
Para a corretora, a companhia é negociada a desconto histórico, atrelado a essa ausência na evolução do crescimento esperado. “Nos atuais níveis de preço, vemos a companhia entregando um robusto rendimento de fluxo de caixa livre de cerca de 25%”, apontam Vitor Sousa e Ricardo Bello, que assinam o relatório da Genial. Pelos mesmos motivos, a Ativa tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 66, crescimento de 80,8% na comparação com o fechamento de quinta-feira (13), dia em que a ação da PRIO (PRIO3) terminou o pregão cotada a R$ 36,50.