Veja quais são os setores mais resilientes quando o assunto é ação segura e as empresas mais sólidas para enfrentar uma eventual segunda onda de coronavírus. (FOTO: Olivier_Le_Moal)
A bolsa brasileira é composta por mais de 300 empresas e 350 ativos disponíveis para serem negociados. Estas ações são divididas em três classes, Ordinárias (ON), Preferenciais (PN) ou Units. Em meio a este universo tão grande de possibilidades, muitos investidores se encontram perdidos na hora de escolher quais papéis comprar para realizarem o sonho de viver de dividendos.
Por isso, a pedido do E-Investidor, a Economatica levantou qual a classe paga a maior taxa de dividend yield por papel. Nos últimos 12 meses (de novembro de 2019 ao de 2020), a campeã foi as ações PNs, com 1,84%, seguido por Units, 1,72%, e ONs, 0,63%.
Ações preferenciais pagam mais dividendo
As ações PNs, que terminam seu código, em sua maioria, com o número “4”, não dão voto aos seus acionistas dentro da empresa e compensam isso pagando mais dividendos. Já as Units, final “11”, funcionam como um pacote que possui, em média, um papel ordinário e quatro preferenciais da empresa.
Enquanto isso, os ativos ONs, que possuem o número “3”, têm como principal característica dar o benefício de decisão dentro da empresa. Mas, em contrapartida, repassam em menor quantidade seu lucro aos seus investidores.
Então, pela própria definição das classes, é possível entender porque as ações PNs são as melhores pagadoras de dividendos. “Enquanto uma paga mais proventos, a outra dá controle dentro da empresa. Então, o investidor deve escolher aquela que faz mais sentido na estratégia dele”, diz Paulo Cunha, sócio fundador da iHUB Investimentos.
Portanto, alguém que queira investir nas ações da Petrobras, por exemplo, e deseja receber o máximo de dividendos possível com a aplicação, deve fazer o aporte na PETR4 e não na PETR3. Outros exemplos de companhias com o par de ativos são Bradesco (BBDC3 e BBDC4), Itaú (ITUB3 e ITUB4) e Eletrobras (ELET3 e ELET6).
Apesar de no agregado as ações ordinárias pagarem o menor percentual de dividend yield por papel, isso não significa que todos os ativos ONs distribuem proventos baixos. Isso porque a maioria das empresas não possuem as duas classes de ações.
Dos 77 papéis do IBOV, 57 são Ordinários, 14 Preferenciais e seis Units. Ou seja, a amostragem das ações ONs é muito maior e a baixa distribuição da maioria dos ativos esconde o fato de haver boas pagadoras entre elas.
Assim, a recomendação é apenas olhar para a classe do ativo quando a companhia possui ambas e não deixar de comprar as ações ONs se a empresa é de setores que historicamente pagam bons proventos. “O segmento financeiro, elétrico, de distribuição de energia e de saneamento básico distribuem muito bem, pois o investimento na área é baixo e todo o lucro vai para os acionistas”, afirma Cunha.