- Para Stuhlberger, o BC vai ter de acelerar a alta dos juros, mas isso não vai adiantar de nada se houver irresponsabilidade fiscal em Brasília e uma política populista
O sócio-fundador e presidente da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, avalia que o comportamento da inflação no Brasil “deu um baile em todo mundo”, no Banco Central, nos economistas e no mercado. Índices de preços estão seguidamente superando as previsões e o gestor acredita que vão começar a cair, mas o juro vai precisar ficar alto por pelo menos um ano.
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No começo, a interpretação que predominou sobre a inflação nos Estados Unidos e na Europa foi a de que o movimento era “transitório”. No Brasil, também houve essa visão, embora houvesse a avaliação de que a inflação de serviços sempre foi mais forte em ceder por aqui, ressaltou o gestor.
Ao mesmo tempo, a inflação de alimentos e commodities está se disseminando pelo setor de serviços, de forma acelerada. “Isso é algo que não era esperado pelo Banco Central.”
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Para Stuhlberger, o BC vai ter de acelerar a alta dos juros, mas isso não vai adiantar de nada se houver irresponsabilidade fiscal em Brasília e uma política populista. Ou seja, o BC não consegue controlar tudo sozinho. Hoje, não há garantia de que o governo, pressionado pela classe política não vá querer furar o teto em nível mais forte em 2022.
Sobre as eleições de 2022, o sócio da Verde diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está quase certo no segundo turno. A dúvida é a viabilidade da terceira via. “A gente acha que existem hoje estimativas de que 30% a 40% dos eleitores que não querem nem Lula e nem Bolsonaro, querem uma terceira via”, afirmou, em evento da Anbima.