- Gestor avalia que uma Reforma Tributária com foco na simplificação e redução de tributos para o setor de serviços seria a melhor solução para o momento
- “Nunca vi tantas previsões econômicas erradas em um período como vi desde o início da pandemia”, afirma Stuhlberger
- Para Stuhlberger, as medidas populistas de Bolsonaro como aumento do valor do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) e vale gás têm preocupado o mercado
O fundador e gestor do Fundo Verde, Luis Stuhlberger, analisou a situação econômica do País nesta quinta-feira (26). Ele participou de painel do evento XP Expert, ao lado de Luiz Parreiras, CIO da Verde Asset, e dos co-fundadores do podcast StockPickers Thiago Salomão e Renato Santiago.
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Os gestores da Verde avaliaram a posição do ministro da Economia, Paulo Guedes, como “boa na teoria, com péssima execução”. Segundo Stuhlberger, ter o Executivo como “refém do Centrão” é arriscado para colocar em prática o discurso de privatizações e liberalismo econômico. Por conta disso, o gestor avalia que uma Reforma Tributária com foco na simplificação e redução de tributos para o setor de serviços seria a melhor solução para o momento.
Sobre as eleições presidenciais de 2022, o CIO da Verde Asset afirma que existe uma forte convicção da polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido), “mas um ano e meio ainda é muito tempo, principalmente observando todas as previsões erradas”. De acordo com Parreira, ainda podem surgir surpresas.
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Para Stuhlberger, as medidas populistas de Bolsonaro como aumento do valor do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) e vale gás têm preocupado o mercado. Até lá, os gestores do Verde acreditam que o extremismo político deve continuar, mas, independente de quem ganhar, deve haver um reposicionamento em direção ao centro após a eleição, o que deve contribuir para melhora do cenário a partir de 2023.
“Nunca vi tantas previsões econômicas erradas em um período como vi desde o início da pandemia”, afirma Stuhlberger. Segundo ele, a imprevisibilidade da Economia durante a pandemia foi oportunidade para evidenciar o trabalho sério de análises de ativos.
Embora o País tenha enfrentado grandes dificuldades do fim de 2020 até os primeiros meses deste ano, houve recuperação significativa do Produto Interno Bruto (PIB) após o início da vacinação. “Passamos de um dos piores países em vacinação para um dos melhores”, diz Stuhlberger. Para o gestor, a questão fiscal do Brasil que teve estopim com a PEC dos precatórios está afetando o mercado como um todo.
Enquanto a PEC deve ser resolvida de forma satisfatória, outras questões de Brasília ainda seguem no radar. De acordo com Parreiras, a incerteza política e fiscal que voltou a aparecer no último mês fez investidores reavaliarem o prêmio de risco de ativos.
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