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Luis Stuhlberger: variante Delta e política afetam otimismo do mercado

A Verde Asset divulgou na semana passada um relatório com os resultados de junho. Veja os destaques

Luis Stuhlberger: variante Delta e política afetam otimismo do mercado
Fundo Verde é comandado pelo megainvestidor Luis Stuhlberger. Foto: Iara Morselli/Estadão
  • Teoricamente, segundo a Verde, a aceleração deveria dar mais otimismo para o mercado. Entretanto, o governo federal resolveu dar “um tiro no pé” ao enviar a proposta de reforma tributária com aumento de carga para as empresas
  • “O cenário de 2022 já se mostrava complexo dado o calendário eleitoral, e agora com a perspectiva de muito mais tributos, a figura tende a piorar”, diz relatório da gestora de Luis Stuhlberger

Apesar da expectativa de retomada cíclica pós-crise, a preocupação com a variante Delta, a queda das taxas de juros nos mercados desenvolvidos e a situação política no Brasil fazem parte do radar de análises da Verde Asset, de Luis Stuhlberger, maior gestora de fundos do País. A empresa divulgou na semana passada um relatório com os resultados de junho e perspectivas para julho.

Teoricamente, segundo a Verde, a aceleração deveria dar mais otimismo para o mercado. Entretanto, o governo federal resolveu dar “um tiro no pé” ao enviar a proposta de reforma tributária com aumento de carga para as empresas. A gestora complementa que, mesmo se a proposta não for aprovada, o sentimento econômico e força retração na perspectiva de investimento de médio prazo já foram afetadas. “O cenário de 2022 já se mostrava complexo dado o calendário eleitoral, e agora com a perspectiva de muito mais tributos, a figura tende a piorar”, diz o relatório.

Um dos pontos mais criticados na proposta enviada ao Congresso pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é a tributação sobre dividendos, que passa de isenta para uma alíquota de 20%.

Dos três fundos multimercados brasileiros, Verde, Horizonte e Scena, o de Stuhlberger teve ganhos em ações brasileiras e perdas consequentes da posição tomada em juros nos Estados Unidos, e em menor medida da posição comprada em Dólar contra o Real.

O Horizonte mostrou ganhos somente no livro de crédito. “O hedge em dólar e as posições tomadas em juros globais foram os principais detratores no mês”, diz o informativo da gestora. Outra influência negativa, são as “surpresas hawkish” do Banco Central.

No acumulado mensal, o Verde teve queda de 0,21% e o Horizonte de 1,01%, frente a alta de 0,30% do CDI. No acumulado de 2021, enquanto o CDI cresceu 1,27%, o Verde subiu 3,51% e Horizonte mostra leve alta de 0,02%. O Scena tem acumulado positivo de 0,17% no mês e 2,18% no ano.

Nos fundos de ações nacionais, Verde AM Ações FIC FIA e Verde AM Long Bias FIC FIA, a Natura (NTCO3) teve a maior contribuição positiva. As maiores perdas foram de Hapvida/Intermédica (HAPV3 e GND 3) e B3 (B3SA3).

Nos fundos de ações globais, Verde AM Mundi Ações Globais BRL FIC FIA IE e Verde AM Mundi Ações Globais FIC FIA IE, Paypal e ServiceNow tiveram destaque positivo por conta de um cenário mais favorável para o setor de tecnologia. JP Morgan sofreu a maior queda devido à queda das taxas de juros longas nos EUA.

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