O que este conteúdo fez por você?
- O índice de referência da bolsa de valores brasileira disparou no mês de agosto
- Os motivos da alta passam por uma melhora no humor global dos investidores, mas a promessa de volatilidade permanece para este segundo semestre do ano
- Alguns fatores precisam ser acompanhados antes de cravar se o movimento dos últimos dias é o início de uma nova boa fase no mercado brasileiro ou apenas um repique
O índice de referência da bolsa de valores brasileira disparou no mês de agosto. Já são três semanas seguidas de alta acumulada e uma sequência de pregões positivos que não era vista desde março. Até a quarta-feira (10), o Ibovespa registrou sete dias consecutivos de valorização, interrompidos por uma baixa na quinta-feira (11).
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Ainda assim, o índice conseguiu recuperar os 109 mil pontos, patamar ao qual não chegava desde o início de julho.
Os motivos da alta passam por uma melhora no humor global dos investidores, conforme explicamos aqui.
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Mas a promessa de volatilidade permanece para este segundo semestre do ano. Por causa disso, alguns fatores precisam ser acompanhados antes de cravar se o movimento de valorização dos últimos dias é o início de uma nova boa fase no mercado brasileiro ou apenas um repique.
O primeiro deles é o fluxo de capital estrangeiro na B3. Muito importante para sustentar o nível do Ibovespa, a entrada de capital gringo foi fundamental para o bom resultado do primeiro trimestre do ano e, sua saída, responsável pela performance ruim vista nos meses seguintes. Mas o investidor estrangeiro parece ter voltado à Bolsa em agosto.
“O investidor estrangeiro estava bem fora da bolsa, mas entre o dia 1 e 9 de agosto já entrou com quase R$ 5 bilhões em posição comprada. Eles fazem um contraponto à saída recente que vimos de investidores institucionais e pessoas físicas”, destaca Naor Coelho, trader de Renda Variável da Infinity Asset.
Mas esse é um ponto que também pode virar negativo. Coelho explica que, como os estrangeiros costumam entrar em empresas de maior liquidez, a qualquer momento – ou aumento na percepção de risco – podem levar esse dinheiro embora. “Essa andada dos 102 mil pontos para os 110 mil nos últimos dias é uma rentabilidade que ele não é acostumado a ver em outros lugares no ano inteiro. Eu, no lugar deles, já teria começado a resgatar”, destaca o trader da Infinity.
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Por causa disso, os movimentos de realização podem ser comuns daqui para a frente, principalmente com fatores como as eleições e a macroeconômica dos Estados Unidos ainda em pauta. “É muito difícil dizer se é o início de uma nova alta ou apenas um repique, mas o importante é entender os dados e os cenários que poderiam levar o mercado a continuar subindo ou voltar aos patamares de junho. No Brasil, o principal risco é a eleição”, diz Ivonsir Coelho, trader da mesa de operações da Alta Vista Investimentos.
Para o trader, a disputa presidencial marcada para outubro deve fazer cada vez mais barulho e, com isso, acabar afetando o bom humor do mercado. A preocupação com a situação política também é o que faz Thalles Franco, gestor de renda variável da RPS, manter o pé atrás mesmo com as altas recentes no Ibovespa.
Na visão do gestor, a valorização pode ser apenas um repique de uma bolsa muito descontada, mas que ainda tem problemas estruturais pela frente. “Essa valorização até pode continuar por mais um ou dois meses. Porém, em relação ao ano que vem, há bastante preocupação com a questão fiscal, além de uma expectativa de baixo crescimento”, explica Franco. “Ainda não acredito em uma recuperação estrutural que poderia levar a bolsa de volta aos 130 mil pontos”.