O que este conteúdo fez por você?
- Até quarta-feira (10), o índice arrancou a mais longa sequência de valorização registrada na B3 desde março deste ano
- Os atuais 109 mil pontos representam um avanço significativo, levando em consideração os pregões mais negativos de poucos meses atrás
- Passados 12 dias do início do mês, dá para dizer que todos os fatores que pairam sobre os mercados caminharam para um lado mais positivo para os investidores
O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (11) em baixa de 0,47%, aos 109.717,94 pontos. O desempenho negativo é a primeira queda registrada na bolsa de valores brasileira depois de sete pregões consecutivos no positivo. Até a quarta-feira (10), o índice arrancou a mais longa sequência de valorização registrada na B3 desde março deste ano, recuperando os 110 mil pontos pela primeira vez desde o dia 7 de junho.
Leia também
Os atuais 109 mil pontos representam um avanço significativo levando em consideração que, em junho, o Ibovespa lutava para se manter perto dos 93 mil pontos durante os pregões mais negativos do mês. O desempenho dos últimos dias surpreende até os mais otimistas: somente em agosto, já são 6,35% de alta, levando o desempenho acumulado no ano para 4,67%.
“De certa forma, o movimento atual também tem uma correção técnica, com uma percepção de que o posicionamento e sentimento anteriores estavam muito negativos. Assim como há a sensação de que o Ibovespa é negociado a múltiplos historicamente baratos”, afirma Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No começo de agosto, analistas destacaram alguns pontos que deveriam estar no radar dos investidores. A possibilidade de futura recessão nos Estados Unidos, os lockdowns na China, a temporada de balanços das empresas brasileiras e as eleições presidenciais; relembre.
Passados 12 dias do início do mês, dá para dizer que todos esses fatores caminharam para um lado mais positivo na visão dos investidores – o que, somado aos preços descontados da bolsa, explicam grande parte do rali visto nos últimos dias. A alta do Ibovespa vai durar? Veja nesta reportagem.
“É uma junção de várias coisas, mas tem um driver global importante que é a expectativa que a inflação dê uma acalmada nos próximos meses, o que possibilitaria que os Bancos Centrais não fossem tão duros e não retirassem tantos estímulos monetários de suas respectivas economias”, explica Thalles Franco, gestor de renda variável da RPS.
Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês) de julho mostrou a inflação perdendo força, acima das expectativas do mercado; enquanto, no Brasil, o IPCA registrou deflação de 0,68% no mês. Por aqui, o Banco Central já demonstrou que está próximo de encerrar o ciclo de alta nos juros. “Com os últimos dados já mostrando algum alívio, diminuiu o risco de recessão, principalmente no curto prazo. Isso animou muito as bolsas”, diz Ivonsir Coelho, trader da mesa de operações da Alta Vista Investimentos.
Publicidade
A melhora das expectativas em relação ao aperto monetário nos EUA melhorou o apetite global ao risco, no mesmo momento em que a temporada de resultados do 2º semestre do ano começava. Desde o final de julho, as companhias brasileiras listadas em bolsa vem divulgando seus balanços, e muitas têm surpreendido o mercado.
A Petrobras, por exemplo, que representa a segunda maior parcela do índice da bolsa brasileira, anunciou a distribuição de ‘superdividendos’ após os resultados do 2T22. Nesta quinta-feira, o resultado do Banco do Brasil também animou investidores; veja.
“O mercado aguardava o que as empresas iam reportar e, de repente, em um cenário que todo mundo considera adverso, boa parte delas conseguiu resultados bem expressivos e positivos”, destaca Naor Coelho, trader de Renda Variável da Infinity Asset.
Com a melhora do bom humor global e as empresas mostrando resiliência em seus resultados, o momento de baixa no Ibovespa visto nos últimos meses passou por um rali, com investidores indo às compras de ativos a preços baixos.
Publicidade
É por isso, inclusive, que as ações que mais subiram no período foram aquelas que estavam mais descontadas, como varejo e techs. Relembre o desempenho.
“As empresas ligadas à economia doméstica vinham sofrendo muito nos últimos 12 meses e o valuation desse grupo ficou bastante atrativo. Juntando isso com as surpresas positivas na economia, gerou um otimismo por parte dos investidores – o que explica boa parte da alta, diz Franco, da RPS.
Veja as maiores altas do Ibovespa no ano:
Empresa | Acumulado 2022 | Preço |
Cielo (CIEL3) | 128.70% | R$ 5.10 |
Petrobras (PETR4) | 55.02% | R$ 36.29 |
Eletrobras (ELET6) | 54.38% | R$ 49.03 |
Petrobras (PETR3) | 52.28% | R$ 39.06 |
BB Seguridade (BBSE3) | 51.70% | R$ 30.28 |
Fonte: Broadcast