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O que o mercado espera da produção da Vale (VALE3) do 2º trimestre

Mineradora sofreu perda de R$ 6,76 bilhões em valor de mercado no segundo trimestre; confira as análises

O que o mercado espera da produção da Vale (VALE3) do 2º trimestre
Vale, VALE3. (Foto: Michael Turner/Wirestock em Adobe Stock)
  • Analistas apontam que a empresa enfrentou uma perda de R$ 6,76 bilhões em valor de mercado
  • Papéis da Vale caíram 1,40% em relação ao dia anterior, atingindo R$ 62,11, e acumularam uma desvalorização de 1,86% no mês
  • Mineradora reportou um lucro líquido de US$ 1,679 bilhão para o primeiro trimestre de 2024

A Vale (VALE3) vai divulgar após o fechamento do mercado nesta terça-feira (16) seus dados de produção e vendas referentes ao segundo trimestre deste ano. Trata-se de um período em que a mineradora sofreu uma perda de R$ 6,76 bilhões em valor de mercado, influenciada pela queda nos preços do minério de ferro e pelo receio de uma desaceleração econômica na China, segundo analistas. Confira aqui o resultado divulgado pela companhia.

As ações da Vale fecharam o pregão desta terça-feira na 12º colocação entre as maiores queda no Ibovespa. Mais cedo, por volta das 16h, a mineradora ocupava o segundo lugar, refletindo a cautela do mercado antes da divulgação do relatório. Seus papéis caíram 1,22% em comparação com o dia anterior, o que equivale a R$ 62,122. Neste mês, a mineradora perdeu 1,69% em preço do papel. Em contrapartida, leva vantagem na valorização nos últimos 12 meses, quando acumula alta de 1,80%.

O período, analisa o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, também facilita os embarques, ao contrário da época chuvosa. “Em termos gerais, estou prevendo uma produção de cerca de 77 milhões de toneladas para este segundo trimestre. A Vale está seguindo bem o guidance [metas de desempenho] de 310 a 320 milhões de toneladas em 2024 e acredito que a parte superior dessa faixa é a mais provável de ser alcançada”, analisa

Para as pelotas, o estrategista afirma que a expectativa é de produção e vendas da Vale próximas de 9 milhões de toneladas, sem grandes alterações do que o mercado já prevê nos últimos tempos. A precificação pode apresentar uma leve melhora, mas o prêmio do minério deve continuar negativo, em torno de US$ 1 por tonelada, refletindo a demanda chinesa por aço de menor qualidade. “Acho que a grande expectativa do mercado vai ser quanto ao nível de prêmio. Ainda está cedo para a gente falar, mas vamos ver se tal como nesse segundo trimestre deve se comportar os prêmios para frente e se a China continua em terreno negativo”, diz Arbetman.

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O analista da Suno Research, João Daronco, diz que quando olha para o resultado da Vale no trimestre o vê sem grandes surpresas, principalmente dado o momento difícil que sofre a sua principal commodity, que é o minério de ferro. “Isso ocorre porque a China segue decepcionando com seus indicadores de crescimento, principalmente na construção civil”, pontua.

O estrategista ainda afirma que o principal fator que os investidores da Vale devem ficar de olho são as margens e os custos da companhia. “Para o ano completo, estimo que a companhia deva entregar um resultado líquido próximo de R$ 46 a R$ 48 bilhões, considerando o patamar atual de minério, o que significa que a Vale negocia a um múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 6x”, projeta.

Para o sócio da One Investimentos, Matheus Falci, a Vale ainda deve ter um resultado para o segundo trimestre impactado negativamente pela desaceleração na demanda pela commodity nos mercados externos. “Um dos principais fatores que vem impactando esta movimentação é o enfraquecimento do mercado imobiliário chinês, mercado que no primeiro trimestre de 2024 representou cerca de 43% das receitas de venda da companhia”, diz.

O lucro líquido da Vale no primeiro trimestre

No dia 24 de abril deste ano, a Vale divulgou o balanço financeiro do primeiro trimestre de 2024 reportando um lucro líquido de US$ 1,679 bilhão, 9% inferior ao mesmo período de 2023 e abaixo da expectativa de US$ 1,83 bilhão.

A queda no preço do minério de ferro e a maior demanda chinesa por minério de baixa qualidade prejudicaram os resultados da empresa, que tem a China como principal mercado, representando 62% das operações, afirmou a empresa na época da divulgação. O Ebitda ajustado foi de US$ 3,438 bilhões, uma queda de 7% em relação ao ano anterior.

A receita da Vale permaneceu estável em US$ 8,459 bilhões, porém abaixo da previsão de US$ 8,64 bilhões. A dívida líquida aumentou 23%, totalizando US$ 10,105 bilhões, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 9%, alcançando US$ 5,8 bilhões.

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O primeiro trimestre também trouxe desafios, incluindo uma desvalorização de 15% nas ações da Vale e um conturbado processo de sucessão na liderança, com alegações de interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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