Por outro lado, Mariotto lembra que a derrapada já foi bem maior e chegou a bater 52% na quarta semana de março em relação ao mesmo período do mês anterior. “Os impactos foram muito significativos no comércio, mas nas duas últimas semanas ele foi um pouco menor”, disse o diretor da Cielo. “Ainda não dá para dizer que isso significa que a situação vai melhorar. Isso depende do consumo das pessoas e do comércio estar aberto.”
Além de Mariotto, Jean Leroy, head de RI da empresa, também participou da conversa sobre os impactos da pandemia do coronavírus no setor de consumo e varejo. Os executivos dividiram o varejo em três setores e comentaram sobre o futuro do mercado.
Bens não duráveis
Apesar da queda, Mariotto destacou que o setor do comércio de bens não duráveis, como supermercados, hortifrutis, padarias, drogarias e postos de gasolina não está sofrendo tanto com o momento e apresentaram altas. “Esse segmento está um pouco melhor e teve um pequeno crescimento no período. O resultado foi puxado pela alta de quase 20% nos supermercados”, diz.
Bens de serviço
Na outra ponta, Mariotto contou que o setor de bens de serviço, onde estão presentes bares, restaurantes, agências de turismo, serviços automotivos e cabeleireiro, é o mais impactado. Segundo ele, desde março, o setor está em queda de 52%. “Esse é o pedaço do comércio que mais sofreu.”
Bens duráveis
A avaliação da Cielo sobre o setor de bens duráveis, que considera os eletrodomésticos, vestuário e móveis, é que a situação também não está boa. A justificativa é que os itens são aqueles que as pessoas podem deixar para comprar em um outro momento quando a crise estiver passado. “Essa lojas estão muito presente em shoppings e apresentam uma queda de 40%”, diz a empresa.
Potencial de crescimento
Apesar do momento ruim, Leroy ressalta que o potencial de crescimento do mercado de pagamentos é muito grande no País. Para ele, o brasileiro irá se adaptar muito rapidamente as novas tecnologias, como os pagamentos via link ou QR code.
Veja a entrevista na íntegra: