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- O S&P 500 fechou agosto com um ganho de mais de 7,2%, aos 3.500,22 pontos, o melhor desempenho do índice em agosto desde 1984
- A melhoria dos números de contratações e os movimentos em direção a uma política monetária mais frouxa pelo Federal Reserve (Fed) alimentaram o otimismo em Wall Street
- Os três principais índices dos EUA encerraram todas as perdas do ano, eliminando a queda devastadora nos preços das ações provocada pela disseminação do coronavírus em março
(Hamza Shaban e Taylor Telford/WP Bloomberg) – Wall Street ensacou o seu melhor agosto em mais de 30 anos, um mês que viu os três principais índices das bolsas dos EUA renovarem as máximas enquanto os investidores olhavam para além da pandemia e mantinham o foco nos dados econômicos positivos.
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O S&P 500 fechou agosto com um ganho de mais de 7,2%, aos 3.500,22 pontos, o melhor desempenho do índice em agosto desde 1984. Ele bateu recordes nos últimos seis dias de negociações. Apoiado por empresas de tecnologia de alto desempenho, a Nasdaq subiu 9,5% no mês, para 11.775,46 pontos.
A melhoria dos números de contratações e os movimentos em direção a uma política monetária mais frouxa pelo Federal Reserve (Fed) alimentaram o otimismo em Wall Street, mesmo enquanto a espera por uma vacina contra o coronavírus continua e pela recuperação econômica total. Os três principais índices dos EUA encerraram todas as perdas do ano, eliminando a queda devastadora nos preços das ações provocada pela disseminação do coronavírus em março e colocando um fim ao menor bear market da história dos EUA.
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As ações podem ter voltado, mas o mercado de trabalho continua profundamente marcado pelas perdas causadas pela pandemia. Na quinta-feira, 27 de agosto, o Departamento do Trabalho disse que outro milhão de americanos entrou com pedido de seguro desemprego. Agora, cerca de 27 milhões estão recebendo alguma forma de auxílio-desemprego, já que muitas das perdas temporárias de empregos se tornaram permanentes. Na semana passada, várias grandes empresas anunciaram demissões, incluindo Coca-Cola, Salesforce, American Airlines, Bed Bath & Beyond e MGM Resorts.
Os investidores estão monitorando como o fim da ajuda relacionada ao coronavírus, com cheques de estímulo de US$ 1.200 e US$ 600 em benefícios semanais, irá se espalhar pelos degraus mais baixos da economia. A fome tem pairado perto de níveis recordes desde o início da pandemia e o fim da moratória federal de despejo deixou muitas famílias em crise, mas não há nenhuma nova salvação à vista para os americanos de baixa renda.
“À medida que algumas das medidas fiscais implementadas começam a se desgastar, apenas aumenta a necessidade de estímulo fiscal adicional”, escreveu Charlie Ripley, estrategista sênior de investimentos da Allianz Investment Management, em nota. “No final do dia, a velocidade da recuperação está nas mãos dos políticos, enquanto eles discutem sobre os detalhes da próxima rodada de gastos com estímulo fiscal.”
Wayne Wicker, diretor de investimentos da Vantagepoint Funds, disse que os investidores geralmente estarão mais preocupados com a tendência da economia. Se o quadro mostrado pelos dados econômicos continuar melhorando e as empresas não virem um impacto em seus resultados financeiros, os mercados continuarão satisfeitos.
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“Wall Street e as pessoas têm uma percepção muito diferente do futuro agora”, disse Wicker.
Para quase metade dos americanos que possuem ações – especialmente os investidores comuns que têm seu dinheiro em grande parte vinculado ao 401(k) [um plano de aposentadoria patrocinado pelo setor privado] e outros fundos de aposentadoria -, o retorno estrondoso de Wall Street se traduziu em carteiras inchadas.
A Fidelity, maior fornecedora do 401(k) do país, relatou no início de agosto que a grande maioria dos empregadores continuou a oferecer contribuições correspondentes para suas contas de aposentadoria durante a pandemia, levando os americanos a economizar. Os próprios trabalhadores estão investindo dinheiro em níveis recordes para a aposentadoria. As contribuições acumuladas no ano para contas individuais de aposentadoria aumentaram mais de 20% em comparação com o ano passado, disse a Fidelity, com o saldo médio de US$ 111.500, um aumento de 13% em relação ao último trimestre. Quase 90% dos titulares do plano 401(k) continuaram economizando para a aposentadoria e quase 1 em cada 10 aumentou sua taxa de contribuição nos últimos três meses.
O S&P atingiu um recorde de alta sete vezes em agosto, ultrapassando muitas vezes o pico pré-coronavírus. Mas a recuperação foi atrelada ao crescimento notável dos gigantes da tecnologia, cujas avaliações de mercado deu a elas uma influência descomunal em Wall Street. Apenas seis empresas de tecnologia – Netflix, Facebook, Alphabet, Amazon e Apple – respondem por mais de um quarto do ganho do S&P. Na verdade, sem eles, o S&P ainda estaria em território negativo.
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O último dia de agosto também marcou o primeiro dia de negociação de um Dow Jones recém-reconfigurado. O índice, que acompanha 30 grandes empresas de capital aberto, retirou três ações de sua lista e acrescentou outras três. A gigante do petróleo ExxonMobil, a empresa farmacêutica Pfizer e a fabricante aeroespacial e de defesa Raytheon Technologies deixaram o Dow. Em seu lugar, o índice adicionou a Salesforce, uma empresa de computação em nuvem; Amgen, uma empresa de biotecnologia; e a Honeywell International, uma fabricante aeroespacial e industrial.
A sacudida do Dow foi projetada para compensar o impacto do desdobramento de ações da Apple, o que teria diminuído a representação do setor de tecnologia no índice. Com uma nova linha, o Dow pretendia refletir o crescente domínio da tecnologia e a liderança de mercado no país. O Dow Jones está a poucos pontos percentuais de seu recorde de alta de 29.551,42, estabelecido em 12 de fevereiro.
A segunda-feira (31) foi o primeiro pregão com o split de ações da Apple. A Tesla, outra empresa cujo preço das ações muito subiu este ano, também desdobrou suas ações.
A exuberância de agosto, entretanto, pode abrir as portas para uma desaceleração, de acordo com Ryan Detrick, estrategista-chefe de mercado da LPL Financial. Muita incerteza permanece com a pandemia e as eleições, e qualquer um dos dois pode causar outro choque nos mercados durante um mês historicamente difícil para as ações.
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“Bem, 2020 riu de muitas dessas coisas, mas esteja ciente de que setembro é de fato o pior mês do ano, em média”, disse ele em uma nota, explicando a tendência de setembro para retornos fracos. “Mas o que chamou nossa atenção foi que tanto setembro como outubro tiveram retorno negativo durante os anos eleitorais, sendo outubro o pior mês do ano.”