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- A partir de 1º setembro, os pequenos investidores poderão diversificar a carteira e comprar BDRs
- Os 559 BDRs disponíveis na B3 são de empresas de 23 países diferentes. O destaque fica com a Tesla (TSLA34), que apresenta a maior valorização do ano
A partir da semana que vem, dia 1º de setembro, a nova regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entrará em vigor e os pequenos investidores terão acesso aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Até então, apenas investidores qualificados (com patrimônio acima de R$ 1 milhão) podiam diversificar a carteira e ter acesso ao ativo.
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Um levantamento exclusivo realizado pela plataforma de investimentos Economatica, a pedido do E-Investidor, mapeou a rentabilidade dos originários de empresas de 23 países em 2020.
O BDR que conta com a maior valorização no ano é o da Tesla (TSLA34), de 583,49%. Outros oito aparecem com rentabilidade superior a 100%, mas nenhuma ação de empresa brasileira listada na B3 alcançou este patamar. Para efeito de comparação, enquanto o Ibovespa acumula desvalorização de 11,70% no ano, o BDRX, índice composto por BDRs, tem alta superior a 50% no agregado do ano.
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Na esteira dos BDRs mais rentáveis, não faltam empresas de tecnologia. Gigantes como Nvidia (NVDC34), Mercado Livre (MELI34), Paypal (PYPL34) e Amazon (AMZO34) marcam presença e aparecem na sequência com retornos expressivos. Veja o ranking:
Os BDRs com valorização acima de 100% no ano
Empresa | País | Classificação |
Rentabilidade no ano*
|
Tesla (TSLA34) | EUA | Não patrocinado | 583,49% |
Nvidia (NVDC34) | EUA | Não patrocinado | 201,31% |
Mercado Livre (MELI34) | Argentina | Não patrocinado | 186,44% |
Paypal (PYPL34) | EUA | Não patrocinado | 153,51% |
Amazon (AMZO34) | EUA | Não patrocinado | 148,71% |
Apple (AAPL34) | EUA | Não patrocinado | 140,54% |
Ebay (EBAY34) | EUA | Não patrocinado | 121,39% |
Netflix (NFLX34) | EUA | Não patrocinado | 109,07% |
Adobe (ADBE34) | EUA | Não patrocinado | 100,39% |
*Até o fechamento do mercado no dia 24 de agosto
Como investir no exterior
Os BDRs são certificados que representam outro valor mobiliário emitido por companhias estrangeiras de capital aberto. Ou seja, o produto funciona como um “espelho” das ações das empresas e costumam ter um desempenho parecido.
O processo para adquirir um BDR na B3 será o mesmo do que uma ação local: a compra e venda será por meio de instituições financeiras e corretoras que oferecem o ativo. Existem hoje 559 ativos disponíveis para negociação na bolsa brasileira, sendo 476 “não patrocinados” e 83 “patrocinados” – eles podem ser identificados pelo código 34 no final da ação.
Os “patrocinados” são aqueles que a empresa emissora do certificado tem a iniciativa de contratar uma instituição no País para lançar as ações no mercado e participa do processo de emissão. Isso significa que é de interesse dela a presença no território brasileiro. Os ”não patrocinados” são aqueles que a iniciativa de emissão dos certificados vem da instituição depositária, com o objetivo de oferecer mais opções de investimento aos clientes.
Oportunidades do BDR
Para analistas consultados pelo E-Investidor, o acesso para pequenos investidores é visto com bons olhos pelo mercado. Com a mudança, todos ganham opções para diversificar o portfólio, se proteger e buscar maiores rentabilidades.
“A medida não altera o mercado, mas democratiza o acesso e isso é bom para o investidor. Agora ele pode ter uma carteira mais diversificada e com menos riscos”, diz Luís Barone, sócio-diretor da Ativa Wealth Management.
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Gustavo Cruz, estrategista RB investimentos, ressalta a amplitude do mercado de BDR e as oportunidades que devem se abrir com ele. “A aplicação dá acesso a diversos setores que não temos aqui ou são poucos desenvolvidos”, afirma o estrategista.
É consenso que a flexibilização das regras do BDR é positiva. O investidor que deseja comprar ativos das maiores empresas do mundo não precisará mais mandar dinheiro para fora do Brasil. “Isso deixa o mercado doméstico maior e melhor, o que atrai mais investidores e melhora sua liquidez”, afirma Bruno Musa, sócio da Acqua investimentos.
Apesar disso, é importante ressaltar que o BDR é um investimento em renda variável e está exposto aos mesmo riscos de qualquer outra ação. Isso significa que é importante conhecer a empresa para saber se ela está alinhada com a sua estratégia e perfil de risco. “É preciso analisar o contexto de cada empresa para saber se vale a pena ou não ter ela no portfólio, assim como qualquer outra ação da B3”, afirma Barone.
Cuidados ao investir
Segundo os especialistas, o primeiro sinal de atenção sobre os BDRs é o fato de ele ser atrelado ao dólar. Dessa forma, a oscilação cambial pode afetar a aplicação, positivamente ou negativamente, dependendo da movimentação da moeda no dia.
Com isso, é importante ter em mente que além de depender do bom desempenho da empresa para a ação subir, o investidor também é refém de como o dólar irá se comportar no período. “Caso a ação da empresa fique estável, mas o dólar se desvalorize, o BDR vai perder valor”, diz o sócio-diretor da Ativa.
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Neste cenário, os analistas recomendam que apenas investidores moderados ou agressivos apostem no produto e façam isso via fundos, caso não sejam familiarizados com as empresas. “Muitos devem entrar no começo pela onda, sem conhecer o mercado e seus riscos. Eles podem se prejudicar”, afirma Cruz, estrategista da RB.
Outro ponto de atenção é sobre a proximidade dos brasileiros com as empresas, que pode gerar certa euforia na hora de escolher quais companhias investir. Esse é o caso de Disney (DISB34), Netflix (NFLX34) e McDonalds (MCDC34), empresas que muitos admiram e consomem, mas que podem não ser as mais indicadas. “Esse problema comportamental do investidor pode fazer com que ele não analise o mercado da melhor forma e se prejudique”, diz Cruz.