(Bloomberg/ The Washington Post) – Mesmo com a arrastada apuração das eleições nos Estados Unidos, os americanos ultrarricos tinham muito a comemorar independentemente da confirmação da vitória de Joe Biden.
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(Bloomberg/ The Washington Post) – Mesmo com a arrastada apuração das eleições nos Estados Unidos, os americanos ultrarricos tinham muito a comemorar independentemente da confirmação da vitória de Joe Biden.
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Bilionários de tecnologia do Vale do Silício celebram a aprovação, em consulta popular, da polêmica proposta que mantém a situação de independência dos trabalhadores da chamada “gig economy”. No estado de Illinois, a medida que trocaria uma alíquota fixa de imposto de renda por outra progressiva foi derrotada depois que Ken Griffin, da empresa de investimentos Citadel, gastou milhões num lobby para conseguir justamente isso.
Em todas as áreas, os 167 bilionários americanos ganharam US$ 57,4 bilhões na quarta-feira, dia 4 – quando investidores inflaram o preço das ações e levaram à maior recuperação dos últimos cinco meses. Quem comandou a festa foi Jeff Bezos, da Amazon.com, que registrou um ganho de US$ 10,5 bilhões. Já Mark Zuckerberg, do Facebook, anotou mais US$ 8,1 bilhões na carteira.
As vitórias são o ápice de quatro anos de ganhos sólidos para as pessoas mais ricas do país. Durante o primeiro mandato de Donald Trump, os cidadãos mais abastados dos Estados Unidos acumularam mais dinheiro e estatura graças à explosão do mercado acionário e a uma baciada de cortes de impostos. O patrimônio líquido dos americanos listados no Índice Bloomberg de Bilionários passou de menos de US$ 1,8 trilhão na noite da eleição de 2016 para mais de US$ 2,8 trilhões no final de outubro.
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A grande vitória para o setor de tecnologia foi a aprovação da Proposta 22 na Califórnia. A medida isenta Uber Technologies Inc., Lyft Inc. e DoorDash Inc. de uma legislação estadual exigindo que as empresas classifiquem a maioria de seus colaboradores como funcionários com contratação formal. A aprovação da isenção fez com que os papéis de Uber e Lyft disparassem na bolsa de Nova York, enchendo ainda mais o bolso dos grandes acionistas.
Garrett Camp, por exemplo – co-fundador da Uber e único executivo de uma empresa de transporte compartilhado a figurar no ranking Bloomberg das 500 pessoas mais ricas do mundo –, aumentou sua fortuna em quase US$ 350 milhões, chegando à marca de US$ 3,4 bilhões.
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Companhias do mesmo setor da Uber e também da área de delivery investiram um valor recorde de US$ 200 milhões na campanha para aprovar a isenção. Para muitas delas, o desembolso terá valido a pena. Estimativas dão conta de que, sozinhas, Uber e Lyft vão economizar mais de US$ 100 milhões por ano em despesas trabalhistas.
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Já em Illinois, Griffin botou US$ 54 milhões na campanha contra a mudança na alíquota tributária. Enquanto isso, o governador do estado, J.B. Pritzker – democrata e herdeiro da rede de hotéis Hyatt –, gastou mais de US$ 56 milhões na campanha para aprovar a nova regra. A medida, entretanto, foi rejeitada por 55% dos eleitores.
“Os cidadãos de Illinois deram um recado claro aos líderes políticos de Springfield [capital do estado]”, declarou Griffin num comunicado oficial (sua empresa tem sede em Chicago). “Chegou a hora de aprovar reformas há muito necessárias, que podem salvar Illinois de um desastre fiscal”.
Griffin tem um patrimônio de US$ 20,4 bilhões, enquanto a família Pritzker soma quase US$ 30 bilhões, segundo o Índice Bloomberg de Bilionários.
A eleição também trouxe boas novas para os muitos ricos na forma de candidatos republicanos eleitos para a Câmara e na manutenção da maioria do partido conservador no Senado. Esse domínio nas casas do Legislativo pode frustrar as tentativas de um provável governo Biden de aprovar medidas cujo alvo são as grandes fortunas – como aumento de impostos ou mudanças na legislação tributária sobre patrimônio.
A despeito dos ganhos registrados na quarta-feira, nem tudo foram rosas para Zuckerberg na noite da eleição: uma medida apresentada na Califórnia pretendia aumentar impostos sobre imóveis comerciais e usar os recursos para investir em educação. O criador do Facebook e sua esposa Priscilla Chan haviam colocado alguns milhões no lobby para aprovar a Proposta 15. No entanto, com três quartos dos votos contabilizados na tarde de quarta-feira, tudo indicava que o projeto seria derrotado.
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Tradução: Beatriz Velloso
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