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As aéreas vêm aí? Veja as expectativas e últimos desdobramentos do setor

O setor aéreo mostra sinais de recuperação contra os efeitos da crise, mas uma possível segunda onda de covid-19 pode prejudicar a retomada

As aéreas vêm aí? Veja as expectativas e últimos desdobramentos do setor
Foto: Pixabay
  • Apesar da expectativa pela chegada da alta temporada no Brasil, a recuperação do setor aéreo se mostra incerta com a possibilidade de uma segunda onda da covid-19
  • Na quinta-feira (5), por exemplo, a Gol anunciou ampliação do acordo de compartilhamento de voos com a Avianca Holdings. A operação permitirá que as companhias compartilhem rotas nacionais e internacionais
  • Boas notícias sopraram para a Azul nesta sexta-feira (6), com os resultados preliminares de outubro indicando aumento de 41% do tráfego de passageiros, em comparação com setembro. A capacidade de oferta também registrou alta de 42,6%, ante setembro

O setor aéreo, sem dúvidas, foi um dos mais afetados com a pandemia de covid-19 em 2020. Há alguns meses, as companhias retomaram suas operações, mas, apesar da expectativa pela chegada da alta temporada no Brasil, a recuperação se mostra incerta com a possibilidade de uma segunda onda da doença. Estados Unidos e países da Europa, como Itália e Espanha, por exemplo, já acenderam alertas e fizeram um novo lockdown.

Com o socorro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aparentemente, sendo deixado de lado, as companhias buscam soluções no mercado, seja em investimentos ou em novas operações. Nesta quinta-feira (5), por exemplo, a Gol (GOLL4) anunciou ampliação do acordo de compartilhamento de voos com a Avianca Holdings. A operação permitirá que as companhias compartilhem rotas nacionais e internacionais, quando estas forem retomadas.

O acordo de codeshare, como é conhecido o compartilhamento de voos, foi firmado em 2019 entre as duas aéreas. Com a ampliação recente, os clientes poderão, na posse de um bilhete de voo integrado, despachar bagagens diretamente para o destino fina – inclusive em voos com conexões. Também será possível acumular e resgatar milhas em trechos das duas empresas, através dos programas de fidelidade Smiles e LifeMiles.

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Apesar dos esforços, a Gol ainda sofre com os efeitos da pandemia. Conforme balanço divulgado na última quarta-feira (4), a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 1,696 bilhão no terceiro trimestre, valor significativamente superior aos R$ 171 milhões registrados no mesmo período de 2019.

Até o final de dezembro, a Gol pretende restabelecer sua capacidade total no mercado doméstico. Com isso, a operação seria 100% maior em relação ao terceiro trimestre, e, assim, a companhia operaria com 80% da capacidade total de 2019.

A ação GOLL4 subiu 1,03%, a R$ 17,62, nesta sexta (6). No mês de novembro, o papel cresce 12,30%, mas, no acumulado do ano, a desvalorização ainda é alta, de 52,12%.

Azul tem crescimento de voos

Boas notícias sopraram para a Azul (AZUL4) nesta sexta-feira (6), com os resultados preliminares de outubro indicando aumento de 41% do tráfego de passageiros, em comparação com setembro. A capacidade de oferta também registrou alta, de 42,6%, ante setembro.

Quando se compara os dados do mesmo período do ano passado, é possível ter dimensão de como os impactos da crise ainda são sentidos pelo setor, mesmo sete meses após o início da pandemia no Brasil, em março. Os dados mostra quem o tráfego de passageiros da Azul registrou queda de 45,2% em relação ao mesmo mês de 2019 e que a oferta encolheu 41,8%.

Nesta sexta (6), o papel AZUL4 encerrou o pregão com alta de 1,25%, sendo negociado a R$ 25,92. Em novembro, a ação tem 14,94%. No acumulado do ano, o saldo ainda é ruim: queda de 55,53%

Empresas buscam outras alternativas

O tão aguardado socorro do BNDES parece ter ficado de lado e as companhias estão buscando outras soluções para arrefecer os efeitos da crise. A Latam, por exemplo, aguarda os desdobramentos da recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa teve sinal verde para captar US$ 2,45 bilhões com credores e acionistas. No Brasil, todavia, a empresa enfrenta crise envolvendo redução de salário e demissão de funcionários.

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A Azul buscou fortalecer o seu caixa através de um plano de emissão de debêntures conversíveis em ações. A meta é injetar cerca de R$ 1,6 bilhão. Os investidores âncoras na emissão da aérea serão a Knighthead Capital Management LLC e a Certares Management LLC.

A Embraer (EMBR3) recorreu ao aporte do BNDES, mas também de bancos privados. A captação, que pode chegar a US$ 600 milhões, foi aprovada em junho. Os planos da companhia em 2020 foram bastante comprometidos. A empresa planejava fabricar um novo modelo de avião, em uma joint venture com a Boeing Brasil Commercial, que acabou não se concretizando. Com o baque da pandemia, a expectativa agora é por um novo parceiro. Sem isso, o projeto não sai do papel.

“Sem parceria, não vamos dar andamento, neste momento, ao projeto. Pelo menos até a gente enxergar uma melhoria no cenário e na nossa situação financeira. Mas achamos que vamos encontrar parceiros interessados. Estamos fazendo alguns contatos”, afirmou Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, em recente entrevista para o Estadão.

Na B3, a fabricante sofre mais no acumulado do ano em relação às companhias aéreas, com queda de 67,26% até às 14h41min desta sexta-feira (6), cotada a R$ 6,46. Em novembro, porém, o papel tem desempenho positivo, com alta de 7,13%.

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