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- Conhecido como "Mago de Omaha", o investidor Warren Buffett acumulou sua fortuna adotando uma estratégia de longo prazo e de análise cuidadosa das companhias.
- Buffett investe apenas em setores e negócios dos quais entende e evita seguir modismos do mercado.
Apelidado de “mago” e “oráculo”, o investidor americano Warren Buffett parece ter a capacidade de prever o futuro ao apostar em companhias que se tornam gigantes em seus setores. É com essa visão de longo prazo que o bilionário, hoje com 93 anos, construiu sua fortuna, estimada em cerca de US$ 120 bilhões. Ele é dono da holding Berkshire Hathaway, cujas ações são negociadas na bolsa de Nova York (NYSE) e fazem parte do índice S&P500.
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Nascido em Omaha, no Estado do Nebraska, na região do centro-oeste americano, Buffet é autor de famosas frases de efeito sobre investimentos que explicam a sua filosofia. Em uma época em que influenciadores digitais focam em estratégias para ganhar dinheiro rápido com criptomoedas e day trade na Bolsa, o megainvestidor aparece como uma voz dissonante, com frases como “se você não está disposto a manter uma ação por dez anos, nem pense em tê-la por dez minutos”.
Certa vez, ao ser perguntado por Jeff Bezos, o fundador da Amazon (AMZN), sobre por que as pessoas não simplesmente copiavam suas estratégias, ele respondeu: “Porque ninguém quer ficar rico devagar”.
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“Buffett tende a investir por longos períodos, mantendo o mesmo ativo por décadas. Por esse motivo, ele busca empresas que estejam baratas, mas de qualidade, com bons gestores e que tenham um diferencial competitivo”, explica Gustavo Herkenhoff Moreira, professor de Finanças e coordenador do curso do Economia no Ibmec RJ.
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Outra característica do bilionário é o sangue frio para ir contra a corrente e fazer grandes investimentos quando o mercado está aflito. “Lembre-se que o mercado de ações é um maníaco depressivo” – outra das famosas frases de Warren Buffett.
Foi com essa estratégia em mente que Buffet começou a investir na Apple (AAPL) em 2016, ano em que a companhia passou por um período de três trimestres consecutivos de queda na receita em razão da redução nas vendas do iPhone. Na época, a companhia havia lançado o iPhone 7. De lá para cá, porém, as ações subiram mais de 500%.
Investimentos na Apple
O caso Apple serve como um exemplo da diferença entre preço da ação e valor da companhia. Para o “mago de Omaha”, é importante entender sobre o setor e o negócio em que se está investindo antes de aplicar o dinheiro. Por isso outra das suas filosofias manda investir apenas em negócios dos quais ele entenda: segmentos da economia com os quais Buffett tem experiência e conhecimento o suficiente para aumentar suas chances de sucesso.
“Buffett já deu algumas declarações dizendo que tem certos investimentos que ele não faz porque não entende do negócio. Isso está muito relacionado à humildade. Ele não cede à euforia do mercado e a modismos”, avalia o professor do Ibmec.
Alberto Amparo, head de Análise Internacional na Suno Research acrescenta que Buffett investe com cabeça de empreendedor. Ou seja, com foco no negócio e não no valor da ação. O analista ressalta que o preço de uma ação varia, em média, 70% ao longo de um ano na Bolsa, enquanto o valor do negócio não varia dessa forma.
“O Buffett parte da filosofia de investir em valor. É a ideia de que, no longo prazo, o preço de um ativo converge para o valor intrínseco desse ativo. Isto é, o ativo possui um valor por si só que não depende da opinião de outras pessoas. Investir, para ele, significa comprar algo que tem valor, independentemente de quanto ele pode ganhar na venda daquela ação, só coletando o que aquele negócio vai distribuir para os sócios ao longo do tempo”, explica Amparo.
Por que não copiar Buffett?
Para o professor do Ibmec, porém, o fato de Buffett ter obtido sucesso com as suas estratégias não significa que elas sirvam para todos os perfis de investidor e em todos os mercados. Como a taxa de juros em países desenvolvidos como os Estados Unidos é muito baixa, isso faz com que as pessoas busquem a renda variável para conseguir retornos maiores.
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No Brasil, porém, a renda fixa consegue entregar uma rentabilidade atrativa e é uma opção vantajosa para aplicações de longo prazo. “Nos Estados Unidos, quando uma criança nasce, os pais compram uma ação. No Brasil, fazem uma poupança. Porque nos EUA a pessoa levaria dez anos para ganhar 10%, enquanto no Brasil levaria três anos”, diz Moreira.
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