- Do lado dos investidores, há quem se questione se esse movimento seria produtivo para a Petrobras
- O head da EQI Research, Luís Moran, explica que a entrada do Brasil na OPEP+ é um movimento mais relacionado ao Itamaraty do que com a Petrobras em si
O Brasil se viu em um dilema nos últimos dias. O país pretende ampliar sua base de energia renovável, mas foi convidado a integrar o cartel que define o preço do petróleo mundial.
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A commodity é um combustível fóssil altamente poluente, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem seis meses para dizer “sim” ou “não” ao ingresso na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+).
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Do lado dos investidores, há quem se questione se esse movimento seria produtivo para a Petrobras (PETR3; PETR4). A estatal, cujo capital é misto, sendo a União o maior acionista, é a maior exploradora em águas profundas no mundo.
Entretanto, sua política de preços acaba sendo afetada pelo valor do barril do petróleo.
No fechamento desta segunda-feira, o petróleo tipo Brent para fevereiro recuou 1,07%, a US$ 78,03 por barril, na ICE, enquanto o tipo WTI para janeiro recuou 1,39%, a US$ 73,04 por barril, na Nymex. Trata-se da terceira queda consecutiva.
Já a ação PETR3 fechou em baixa de 1,72%, cotada a R$ 36,56, e a PETR4 fechou em baixa de 1,96%, cotada a R$ 34,97.
O head da EQI Research, Luís Moran, explica que a entrada do Brasil na OPEP+ é um movimento mais relacionado ao Itamaraty do que com a Petrobras em si. Ele diz que a iniciativa está mais conectada às relações internacionais, com a ideia de Brasília em aumentar a relevância geopolítica do país ao participar de grandes fóruns internacionais.
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“Assim, a priori, vemos a adesão como indiferente para a Petrobras. Não se pode descartar, no entanto, que algum acordo de cooperação ou comercial com países relevantes do cartel possam envolver a empresa no futuro”, frisa. Ainda assim, a EQI não acredita que seja algo material do ponto de vista financeiro para a companhia.
O especialista elenca que é preciso ter claro que países aderem à OPEP, não empresas. “Pelas declarações já dadas pelas autoridades, e por seu pequeno porte no comércio internacional de petróleo, o Brasil participará da OPEP+ em busca de voz privilegiada, mas não como um membro”, aponta Moran.
Como o Brasil entrará no grupo sem estar sujeito às cotas de produção, possivelmente não haverá impactos para a Petrobras neste momento. É o que aponta Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. Com isso, o País não estará sujeito aos cortes e a companhia poderá produzir normalmente, de acordo com seu plano estratégico. “Ao que tudo indica, não é interesse do governo assumir qualquer tipo de compromisso bilateral com a Opep, mas, se eventualmente isso acontecer, aí sim a Petrobras poderia ser afetada negativamente”, diz.