Conheça a Reag, um dos alvos da Operação Carbono Oculto (Foto: Werther Santana/Estadão)
Depois do escândalo da última semana, a Reag Investimentos foi colocada à venda. Em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (1), a Reag Capital Holding informou que “encontra-se em tratativas visando potencial alienação do bloco de controle” de seu braço de investimentos com potenciais interessados independentes.
“As tratativas compreendem, entre outros, a troca de informações sujeitas a acordos de confidencialidade e discussões preliminares sobre termos e condições econômicos e contratuais da possível transação. Neste momento, não há garantia de que as negociações resultarão na celebração de documento vinculante ou na consumação de qualquer transação, nem definição de preço, estrutura final ou cronograma”, diz o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Reag Investimentos é uma das principais investigadas na operação Carbono Oculto, deflagrada na última quinta-feira (28) pela Polícia Federal em uma operação que expôs como o crime organizado se infiltrou na economia formal por meio de postos de combustíveis, fintechs e fundos de investimento, envolvendo bilhões de reais em fraudes e lavagem de dinheiro.
No total, 200 mandados de busca e apreensão foram expedidos em dez Estados brasileiros contra envolvidos em toda a cadeia produtiva da área de combustíveis, parte da qual foi capturada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Só no coração financeiro de São Paulo há pelo menos 40 atores entre os alvos, que incluem empresas, gestoras, corretoras e fundos de investimentos avaliados em R$ 30 bilhões.
Quem é a Reag Investimentos
Em tamanho, a Reag só fica atrás das assets dos grandes bancos brasileiros. Até julho deste ano, era a maior casa independente do País, com R$ 341,5 bilhões sob gestão, segundo ranking atualizado mensalmente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Nas estratégias de destaque estão os Fundos de Investimento em Participações (FIP), segmento em que é a segunda maior gestora do mercado; Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), em que tem o terceiro maior patrimônio sob gestão da indústria; e multimercados, com o segundo maior share de mercado.
O crescimento expressivo da Reag aconteceu nos últimos anos. Desde 2023, o PL dobrou de tamanho com aquisições de outras assets. De lá para cá, comprou a Rapier e a Quadrante, empresas de wealth management (gestão de patrimônio); depois, a Quasar Asset e a Empírica, especialistas em crédito; e por fim, a Berkana, ligada ao agronegócio.
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Em janeiro deste ano, a companhia estreou na B3 com um “IPO reverso”. Veja mais aqui.