Na última segunda-feira (04), a Americanas (AMER3) e o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez trocaram acusações sobre a responsabilidade pela fraude contábil que levou o grupo a fazer um dos maiores pedidos de recuperação judicial da história.
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De acordo com a Reuters, Gutierrez enviou uma carta de 17 páginas aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a crise na rede varejista.
No documento, ele afirmou que os controladores da empresa – o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – participavam ativamente do cotidiano da companhia de varejo e que a atuação era ainda mais forte na área financeira, onde foi executada a fraude de R$ 20 bilhões revelada neste ano.
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Além disso, Gutierrez diz que “nunca soube” que a pressão dos controladores da Americanas por resultados “teria levado a atos de manipulação da contabilidade”, afirmando que o setor tinha “forte influência e controle” dos controladores.
O ex-CEO da Americanas também fez questão de dizer que deveria ter saído do comando da empresa em 2021, após decisão dos controladores comunicada a ele por Sicupira em 2019, mas que a pandemia adiou a transição na presidência-executiva em um ano.
Em resposta, ainda de acordo com a Reuters, a Americanas, em nota, diz que “refuta veementemente as argumentações” do executivo e que “as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez”.
Após a troca de acusações, as ações das Americanas (AMER3) abriram nesta terça-feira (05) com queda de 2,08%. Às 11h47, os papéis eram negociados a R$ 0,95 com baixa de 1,04%.
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Colaborou: Vitória Tedechi.