

Uma proposta que pode representar a maior reformulação do Código Civil brasileiro desde sua instituição está em discussão no Senado Federal. O projeto de lei, apresentado pelo então presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), visa modificar mais de mil artigos da legislação vigente, buscando alinhá-los às transformações sociais, avanços tecnológicos e novas dinâmicas familiares.
O texto da proposta tem como base o documento final elaborado por uma comissão de juristas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aprovado em abril de 2024. Agora, o projeto segue para análise e debate entre os parlamentares antes de qualquer sanção.
Entre as alterações sugeridas, uma das que mais geram discussão é a previsão de que, após o término de um casamento ou união estável, ambos os ex-cônjuges continuem com responsabilidades sobre o bem-estar e sustento de filhos e dependentes.
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A polêmica gira em torno da definição do termo “dependentes”. Especialistas alertam que a nova redação pode incluir indivíduos como sogros idosos, irmãos ou enteados que, ao longo do relacionamento, tenham se tornado financeiramente vinculados ao casal.
A interpretação subjetiva da expressão permite múltiplas análises pelo Poder Judiciário. Alguns especialistas em direito temem que antigos cônjuges sejam compelidos a manter o suporte financeiro a familiares do ex-parceiro, a depender das circunstâncias do núcleo familiar e da determinação da Justiça.
A discussão promete mobilizar opiniões divergentes no Congresso e na sociedade, enquanto o Senado se prepara para analisar detalhadamente os impactos dessa ampla revisão no Código Civil.
Colaborou: Gabrielly Bento.
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