

Desde o dia 21 de março, trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, rurais e contratados por Microempreendedores Individuais (MEIs), já podem acessar uma nova modalidade de empréstimo de crédito consignado, chamada de Crédito do Trabalhador.
De acordo com dados da Dataprev, entre o início da operação e a tarde de segunda-feira (24), foram firmados 22.545 contratos, enquanto 6.134.192 propostas foram enviadas.
Na última terça-feira (25), os números cresceram bastante, conforme informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Até o momento, 48.170 contratos foram aprovados, com uma média de R$ 7.065,14 por trabalhador.
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Além disso, foram registradas 8.704.759 solicitações e mais de 64 milhões de simulações de crédito. A parcela média ficou estipulada em R$ 333,88, com um prazo médio de 21 meses para pagamento. Atualmente, mais de 47 milhões de brasileiros são trabalhadores assalariados e 68 milhões possuem Carteira de Trabalho Digital.
Nome sujo impede adesão ao crédito?
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esclareceu que ter restrições no CPF não impede o acesso ao Crédito do Trabalhador. Ele explicou que a principal garantia da operação é o salário do trabalhador. “O credor não precisará olhar se o trabalhador está com nome sujo na praça. A pessoa terá a chance de utilizar o empréstimo inclusive para limpar o nome”, afirmou.
Quando um CPF está registrado em órgãos como Serasa, SPC e Boa Vista, significa que há pendências financeiras associadas a esse titular, o que, tradicionalmente, dificulta a obtenção de crédito no mercado. No entanto, nesta nova modalidade, essa restrição não será um fator impeditivo.
Possuir outros empréstimos interfere?
Uma análise conduzida pelo banco JPMorgan mostrou que a existência de empréstimos pessoais ativos não impediu a obtenção de crédito por meio do novo programa.
O estudo testou seis perfis diferentes, todos solicitando R$ 1 mil para pagamento em 12 parcelas. Dois desses participantes já tinham empréstimos ativos, mas isso não limitou as propostas recebidas. “Dois testadores tinham pequenos empréstimos pessoais, e esses empréstimos anteriores não pareceram limitar o novo crédito disponível”, afirmou o documento do banco.
Como funciona o pagamento do crédito?
As parcelas do Crédito do Trabalhador serão descontadas diretamente na folha de pagamento do beneficiário, utilizando o sistema eSocial, que centraliza informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias. O valor das prestações não pode ultrapassar 35% do salário mensal do trabalhador.
Além disso, até 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderá ser utilizado como garantia, além da multa rescisória de 40% em caso de demissão sem justa causa. Se houver rescisão contratual, o débito será automaticamente transferido para o próximo vínculo empregatício do trabalhador.
Como solicitar o empréstimo?
O pedido pode ser feito pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS). Para isso, o trabalhador deve autorizar as instituições financeiras credenciadas a acessarem informações como nome, CPF, margem consignável disponível e tempo de serviço na empresa.
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Após a autorização, as ofertas de crédito são disponibilizadas em até 24 horas. O trabalhador pode então comparar as propostas e escolher a mais vantajosa.
Haverá possibilidade de contratação diretamente nos bancos?
Inicialmente, o processo de contratação será exclusivo pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. A partir de 25 de abril, no entanto, os bancos poderão oferecer essa linha de crédito em seus canais eletrônicos, ampliando as possibilidades de adesão.
Com essas novas regras, o Crédito do Trabalhador se apresenta como uma alternativa de empréstimo acessível para milhões de brasileiros, independente da situação do CPF, garantindo condições mais flexíveis para quem precisa de apoio financeiro.
Colaborou: Gabrielly Bento.