A Victoria’s Secret (VSCO), conhecida marca de lingerie e moda íntima, está apostando em um retorno ao mercado, desta vez mirando a Geração Z. Após anos de críticas e quedas nas vendas, a marca agora busca resgatar elementos que fizeram sucesso no passado, com o objetivo de atrair um novo público. Mas será que essa estratégia baseada na nostalgia será suficiente para recuperar as ações da empresa?
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A crise da marca começou em 2019, quando o seu famoso desfile anual foi cancelado após críticas pela falta de diversidade e pelas declarações transfóbicas de Ed Razek, ex-diretor de marketing. Desde então, a marca tentou diversas ações de controle de danos, como substituir as Angels por um coletivo de porta-vozes e vender seus produtos na Amazon (AMZO34), mas essas mudanças não foram suficientes para recuperar seu público ou elevar as vendas.
Atualmente, a Victoria’s Secret tem se apoiado em uma combinação de nostalgia e modernidade para reconquistar o público. Desde a reintrodução de designs clássicos até o retorno do famoso desfile de moda, a empresa busca um equilíbrio entre seu legado e as tendências atuais.
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Produtos populares dos anos 2000, como fragrâncias icônicas e peças de lingerie rendadas e coloridas, voltaram às prateleiras com o objetivo de capturar o interesse da Geração Z, que valoriza elementos retrô que não vivenciaram em seu auge.
Além disso, o retorno do desfile de moda, um evento que fez parte do auge da marca, é um exemplo claro da tentativa de revitalizar a imagem da Victoria’s Secret. Desta vez, o desfile conta com um elenco mais diverso, trazendo de volta ex-Angels icônicas como Tyra Banks e Adriana Lima, além de novas faces como Paloma Elsesser e Ashley Graham.
Segundo matéria do Business Insider, uma pesquisa da Piper Sandler, por exemplo, classificou a Victoria’s Secret como a terceira marca de fragrâncias mais popular entre os jovens em 2024, sugerindo que a aposta já está surtindo efeito – o que poderia ter um impacto positivo nas ações da companhia.
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A marca também vem usando celebridades e influenciadores digitais como parte essencial da sua nova abordagem. Artistas como Sabrina Carpenter estão usando os seus produtos durante turnês e campanhas, gerando visibilidade entre o público jovem.
Impacto nas vendas da Victoria’s Secret
Apesar das dificuldades, a marca registrou crescimento nas vendas durante quatro trimestres consecutivos em 2024, algo que não acontecia desde 2021.
A chegada de Hillary Super, ex-CEO da Savage X Fenty, para liderar a Victoria’s Secret também é um indicativo de que a empresa está disposta a mudar. A expectativa é que a experiência dela traga uma nova perspectiva para a marca.
No entanto, como alertam as autoras Lauren Sherman e Chantal Fernandez, do livro Selling Sexy: Victoria’s Secret and the Unraveling of an American Icon, ainda é cedo para saber se essas iniciativas serão suficientes para transformar a marca.
“Hillary provavelmente ainda está definindo suas prioridades, já que está na empresa há apenas um mês, e este é um negócio enorme que não pode ser mudado da noite para o dia”, afirmou Fernandez.
O que esperar do futuro da Victoria’s Secret?
Embora a Geração Z seja um público importante, os especialistas apontam que a Victoria’s Secret precisará diversificar sua abordagem para garantir sustentabilidade a longo prazo: “Você precisa que pessoas de 15 e de 50 anos comprem seus produtos”, disse Lauren Sherman.
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A nova fase da Victoria’s Secret (VSCO) promete ser decisiva. Se a marca conseguir equilibrar sua herança com uma imagem mais inclusiva e moderna, existe um potencial para recuperar o espaço perdido no mercado.
Colaborou: Renata Duque.