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Americanas (AMER3): ações abrem em queda de 76% após escândalo contábil

Ativos de outras varejistas como VIIA3 e MGLU3 despencaram com o escândalo das Americanas (AMER3)

Americanas (AMER3): ações abrem em queda de 76% após escândalo contábil
Entrada de loja da Americanas (AMER3). Crédito: divulgação
  • A intensa desvalorização ocorre após Sergio Rial, ex-presidente da companhia, anunciar na noite de ontem inconsistências em dados contábeis de anos anteriores - como em 2022 - nas contas da Americanas (AMER3).
  • Em webinar feito nesta manhã pela BTG Pactual, um dos credores da Americanas, o ex-CEO Sergio Rial manteve otimismo
  • Por fim, Sergio Rial defendeu que empresa encontrará uma solução junto aos investidores

As ações da Americanas (AMER3) abriram nesta quinta-feira (12) em forte queda de 76,25% às 14h22, cotadas a R$ 2,85 na Bolsa de Valores do Brasil. Com volume financeiro de R$ 40,92 milhões, os ativos fecharam na quarta em alta de 0,76%, a R$ 12, antes da notícia de um rombo bilionário nas contas da varejista. A negociação dos ativos foi suspensa nesta manhã e os mesmos permaneceram em leilão até às 14h22 na B3.

A intensa desvalorização ocorre após Sergio Rial, ex-presidente da companhia, anunciar na noite de ontem inconsistências em dados contábeis de anos anteriores – como em 2022 – nas contas da Americanas (AMER3).

A contabilidade interna identificou a existência de operações de financiamento de compras de cerca de R$ 20 bilhões que não aparecem nas demonstrações financeiras dos fornecedores da empresa. O número corresponde aproximadamente ao dobro do valor de mercado da Americanas, avaliada em R$ 10,83 bilhões. Nesta matéria, o E-Investidor conta com mais detalhes como isso aconteceu.

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Junto a André Couvre, diretor de relações com investidores da AMER3, Rial renunciou após o comunicado, ambos com menos de um mês no cargo. É estipulado que a nomeação de Rial como CEO tenha feito os papéis da Americanas dispararem mais de 20% em um único pregão, como contamos aqui.

Em webinar feito nesta manhã pela BTG Pactual, um dos credores da Americanas, o ex-CEO Sergio Rial manteve otimismo. “Acho que esse caso é um gatinho interessante para reinventar o suply market no Brasil”, afirmou em meio a perguntas de investidores estrangeiros ali presentes.

O empresário admitiu a existência de inconsistências “impossíveis” em dados internos, e que a empresa tinha um histórico conflituoso com fornecedores, mas que o pagamento de impostos estava em dia. Por fim, Sergio Rial defendeu que empresa encontrará uma solução junto aos investidores.

Ativos de outras varejistas como Via Varejo (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) despencaram com o cenário insalubre das Americanas (AMER3) enquanto os papéis da mesma permaneciam fora da Bolsa.

Para Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos, os investidores tendem a classificar todas as varejistas como suscetíveis aos mesmos riscos a curto prazo. “Mas não há qualquer indicação de que essas companhias também tenham algum tipo de inconsistências contábeis”, ele explica.

Como consequência, as ações VIIA3 desvalorizavam 3,46% às 14h27, negociadas a R$ 2,51, e as da Magalu (MGLU3) subiam 2,64% no mesmo momento, a R$ 3,11.

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Enquanto isso, o Ibovespa opera em alta de 0,02% às 14h35h, aos 111.2565,64 pontos.

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