Ações dos EUA têm maior entrada de capital em 2 meses após conflito entre Israel-Irã

Por Aline Bronzati, correspondente

24/06/2025 | 17:53 Atualização: 24/06/2025 | 17:53

As ações americanas receberam a maior injeção de recursos em quase dois meses, com investidores globais em busca de ganhos após o conflito entre Israel e Irã, mostra levantamento feito pelo Bank of America (BofA). O fluxo líquido de compras atingiu US$ 4,4 bilhões na semana passada, o mais alto em sete semanas, diz o gigante de Wall Street.

Tecnologia e energia foram os setores que atraíram os maiores volumes de recursos no período de referência. Aliás, as entradas de capital nas ações de tech na semana passada foram as maiores desde junho de 2024, segundo o BofA.

No início do mês, o banco americano ficou mais construtivo em relação às perspectivas do setor de tecnologia e melhorou sua recomendação para ‘marketweight’, equivalente à neutra, de ‘underweight’, que indica performance abaixo da média do mercado. Como justificativa, mencionou o menor risco tarifário para o segmento e benefícios futuros com o avanço da inteligência artificial (IA).

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Já no mercado de energia, investidores deram preferência a fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) segmentados. “Continuamos ‘overweight’ (equivalente a compra) em energia e constatamos que o segmento tende a apresentar desempenho superior quando os preços do petróleo sobem”, dizem os estrategistas do BofA, Jill Carey Hall e Tyson Dennis-Sharma.

Depois de disparar após ataques americanos a instalações nucleares do Irã no último sábado, 21, os preços do petróleo operam em queda sob a expectativa de um cessar-fogo no Oriente Médio. O acordo de paz foi anunciado ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que garantiu a trégua após acusações mútuas quanto à continuidade dos mísseis.

Institucionais lideram

Na semana passada, investidores institucionais lideraram as compras de ações americanas, o que possibilitou a primeira injeção positiva de recursos desse segmento em sete semanas, de acordo com o BofA. O varejo também foi comprador líquido, enquanto fundos de hedge se posicionaram na ponta vendedora pela primeira vez em quatro semanas.

Além de tech e energia, quatro outros segmentos tiveram entradas de recursos na semana passada, liderados por finanças, depois de registrar saídas nas duas semanas anteriores, e saúde, cujas ações completaram um mês de fluxos positivos.

Na outra ponta, o setor industrial listado nos EUA recebeu o maior volume de saída de recursos. Segundo o BofA, o segmento acumula perda de fluxo há três semanas consecutivas.

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