Os analistas do Itaú BBA e do BTG Pactual estão com recomendação neutra para as ações da Ambev (ABEV3), revelam relatórios publicados entre sexta-feira (5) e esta segunda-feira (8).
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Além de terem a mesma recomendação, as duas instituições financeiras calculam o mesmo preço-alvo de R$ 15 para a ação da fabricante de cervejas, uma potencial alta de 23,25% na comparação com o fechamento desta segunda-feira (8).
A recomendação neutra do Itaú BBA está relacionada às expectativas do banco em relação aos resultados da Ambev no primeiro trimestre de 2024. “Prevemos um trimestre sem brilho para a Ambev nos resultados de janeiro a março, com a expectativa de que esses números decepcionem a maioria dos investidores”, explica a equipe liderada por Gustavo Troyano, que assina o relatório do BBA.
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Segundo os analistas do BBA, os volumes de vendas devem aumentar 2,5% no trimestre, reforçando o impulso positivo para o consumo da indústria de bebidas, impulsionado ainda pela forte sazonalidade do Carnaval. “No entanto, esse número deve vir abaixo do esperado pelo mercado devido às atividades mais fracas no mês de março”, comentam os especialistas.
A equipe de Troyano diz acreditar que as vendas na Argentina devem continuar pressionadas pelo cenário macroeconômico da inflação descontrolada. O país teve a maior inflação do mundo em fevereiro, com alta de 276,2% nos preços no acumulado de 12 meses.
“A inflação acelerada nos leva a supor que os custos provavelmente crescerão em ritmo acelerado e pressionando as margens mais uma vez, mas com menores despesas financeiras”, explicam os analistas do BBA, que reforçam que a Ambev já está sendo negociada a um preço justo.
Ambev precisa de crescimento claro e sustentável
Os analistas do BTG dizem que a Ambev deve apresentar um resultado “nada bom” por praticamente os mesmos motivos do BBA. Sendo assim, os analistas dizem que a empresa até pode estar atrativa em relação ao múltiplo preço sobre o lucro estimado para 2024. Nesse múltiplo, o papel é negociado a 15 vezes.
“Esse é o valor mínimo dos últimos 10 anos e um desconto raro em relação aos pares globais, o que pode até tornar o papel interessante”, comentam Thiago Duarte e Henrique Brustolin, que assinam o relatório do BTG.
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Mesmo com o papel barato, os analistas dizem que não recomendam compra para a empresa até que ela volte a satisfazer as expectativas do mercado. “Acreditamos que a Ambev deve buscar um caminho de crescimento claro e sustentável, o que ainda não está acontecendo em nossa visão”, salientam Duarte e Brustolin.
O BTG estima um lucro de R$ 3,3 bilhões para a Ambev no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 9,8% na comparação com o lucro de R$ 3,7 bilhões do mesmo período do ano passado. O Itaú BBA estima um lucro de R$ 3,2 bilhões para o primeiro trimestre de 2023, uma queda de 13% no lucro da empresa na base anual, mesmo comparativo feito pelo BTG.