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Americanas (AMER3) acaba com 2 famosas marcas em meio a crise e investigação policial

Iniciativa visa transformar seu shopping virtual em um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas

Americanas (AMER3) acaba com 2 famosas marcas em meio a crise e investigação policial
Foto: Felipe Rau/Estadão

A Americanas (AMER3) decidiu integrar os sites e aplicativos do Shoptime e do Submarino à sua marca principal, como parte de sua nova estratégia digital. A iniciativa visa transformar seu shopping virtual em um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas.

Segundo a companhia, a decisão foi tomada para alinhar com a nova estratégia de negócios, que busca uma operação mais ágil, rentável e eficiente. “A companhia ressalta que a integração acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores”, diz a varejista em nota.

A marca Americanas, sob a qual o Shoptime e o Submarino serão integrados, tem maior tráfego, volume de clientes, lojas físicas e virtuais.

O que aconteceu com a Americanas:

Na manhã de quinta-feira, 27 de junho, os ex-diretores da Americanas (AMER3) foram surpreendidos pela Operação Disclosure, da Polícia Federal (PF) em colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) que está investigando a suposta participação dos antigos executivos da varejista nas fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões descobertas em janeiro de 2023.

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Os agentes vasculharam 15 endereços ligados a ex-dirigentes da companhia no Rio de Janeiro e tinham ainda duas ordens de prisão preventiva, contra o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali.

O rombo bilionário nas contas da Americanas é considerado uma das maiores fraudes em uma empresa de capital aberto da história do Brasil.

O problema identificado estava no descasamento de operações de risco-sacado não registradas ou registradas incorretamente. Também conhecido como “forfait”, trata-se de uma operação em que uma empresa recebe os produtos ou serviços de um fornecedor de forma antecipada ao pagamento. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nessa modalidade de antecipação de recebíveis a companhia vendedora emite uma fatura que contempla o prazo a ser financiado pelo banco, porém não reconhece em sua contabilidade a venda pelo valor presente – com isso, consegue apresentar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) maior.

Quando o rombo bilionário foi informado ao mercado, na noite do dia 11 de janeiro de 2023, esse descasamento já estaria ocorrendo há pelo menos sete anos.

O buraco nas contas da companhia levou a Americanas ao precipício: a varejista foi obrigada a entrar em um processo de recuperação judicial para renegociar as dívidas com os credores, enquanto viu suas ações dissolverem na Bolsa até valerem os atuais poucos centavos. E, nessa, levou todos os seus investidores junto.

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