Americanas foi a protagonista do maior escândalo na Bolsa de 2023. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Federal bateu na porta de dois ex-executivos da Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, para cumprir mandatos de prisão preventiva. Entretanto, não os encontrou, já que ambos estão no exterior. Agora, Gutierrez e Saicali são considerados foragidos e terão os nomes incluídos na Lista de Difusão Vermelha da Interpol da Interpol, apurou o Estadão.
A ação ocorreu no âmbito da “Operação Disclosure”, que busca elucidar a suposta participação dos ex-diretores da varejista na fraude contábil de R$ 25,3 bilhões, revelada ao mercado na noite de 10 de janeiro do ano passado.
A descoberta do rombo fez as ações AMER3 cederem 70% no pregão seguinte, em 11 de janeiro, e quase levou a companhia ao colapso. Na época, o responsável por divulgar aos investidores a existência da fraude foi o executivo Sérgio Rial, que estava há apenas 10 dias no cargo de CEO da Americanas, e o diretor financeiro André Covre, também recém-empossado. Logo depois, os dois abriram mão de suas respectivas cadeiras.
CEO por 20 anos
Antes de Sérgio Rial, o engenheiro Miguel Gutierrez havia sido CEO da Americanas por quase duas décadas. Ele ingressou oficialmente na companhia em 1993, na área financeira, e chegou ao principal cargo da empresa 10 anos depois.
Saicali, por sua vez, ingressou nas Lojas Americanas em 1997 e, em 2004, se tornou diretora de “Gente e Tecnologia”. Depois, ingressou como diretora-presidente da “Americanas.com”, onde conduziu o processo de aquisição do Shoptime, em 2005, e criou a B2W, em 2006 – empresa fruto da fusão da Americanas.com, Submarino e Shoptime.
Formada em artes plásticas e finanças corporativas, ela foi eleita presidente do Conselho de Administração da Americanas em meados de junho de 2018 e permaneceu no cargo até 2021. Também foi CEO da Ame Digital, carteira digital da Americanas.